Neste Sábado o rapper Orochi lotou o Espaço Favela com seu show. Ele desceu do palco, tirou foto com os fãs, pulou a grade que impedia passagem do público e se jogou na multidão que amou tudo aquilo.
Em sua apresentação, Orochi trouxe elementos visuais próprios de seu show. Houve três atos, mudança de ambiente, grafite sendo feito enquanto o artista cantava e uma abertura triunfal e política que combinava com objetos do cenário, como por exemplo, blusa escolares com mancha de sangue.
Um verdadeiro manifesto de repúdio para retratar os episódios de violência policial nas favelas cariocas, Ágatha, João Pedro, Jenifer e tantos outros, vítimas de uma guerra que não acaba. Segurando uma garrafa de bebida alcoólica importada, despejava no chão do palco e se expressava. Incitou ao público que gritou fora Bolsonaro, presidente da república. Da área próximo ao palco quem curtia o show do rapper, era Jonathan Azevedo, ator e cria do Vidigal. Além do rapper Bin que já passou pelo palco.
Solicitou que o público levantasse os celulares e ligasse o flash, para deixar o ambiente bem iluminado, citando a favela da Rocinha como exemplo, pois quando anoitece fica diversas luzes de casa acesa. Bem emocionado o artista confessou fazer tempo em que não sentia alegria e emoção num show e o Rock In Rio proporcionou isso pra ele. Falou da representatividade e o espaço em que estava, lembrou do isolamento social e a alegria do retorno. E lembrou do acontecimento que ocorreu no rir de edição 2019.
“Há dois anos atrás, tentei brotar no show do Drake e não consegui. Hoje estou aqui, acredita no teu sonho porra!” – Fala de Orochi no show do Espaço Favela
E para finalizar o fim da noite, houve pedido de casamento no palco, feito pelo também dono da produtora Mainstreet Records. Lucas Lang, fez uma oratória de poesia, chamou sua namorada Amanda Albernaz no palco, se ajoelhou e fez um pedido no estilo, entregou buquê de flores e diversos balões em formato de coração.
“Foi impactante, até porque o moleque vem de favela, representa tudo que a gente quer chegar conquista e as vezes nem questão financeira, mas ser reconhecido naquilo que faz. Mas tem um embate de toda sociedade, todo preconceito de tudo que acontece de fato na vida do favelado.” – Conta Eduardo de 25 anos, favela do Borel.
Eduardo é morador e opinou sobre o show de Orochi, sendo este um rap que sonha em um dia está cantando no Rock In Rio também. Para isso, está investindo na sua carreira, inclusive lançou letra própria de música na sua rede social do Instagram @sapaodapv. Onde aborda o baile e o que representa para quem vem da favela e asfalto.
“Sempre morei no Rio e hoje resido em São Paulo e foi muito legal, não esperava que fosse tão legal. Eu não sabia que conhecia tantas músicas, mas foi muito bom essa parte de interação com o público, o pedido de casamento. Então tinha bastante letra conhecida, mas não sabia que era dele. Bem interessante porque não é um artista que tá no auge há tanto tempo e as músicas tão bem em alta.” – Conta Mariah de 26 anos
Os palcos do festival são: Palco Mundo, Palco Sunset, Espaço Favela e Palco Supernova. Numa breve leitura do que rolou esse ano no Rock In Rio 2022, é bacana entender que todos tem sua importância e dialogam entre si, mesmo tendo uma personalidade única e exclusiva, podem interagir e unir. Para celebrar isso, fizemos um contraponto de visão com dois entrevistados que assistiram ao show.
Gostou da Matéria?
Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.
Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas
Conheça nossas redes sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/
Facebook: https://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas
Twitter: https://twitter.com/noticiasfavelas