Os catadores de Imperatriz- Cuidar do meio ambiente pode gerar renda

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a atuação dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, cuja atividade profissional é reconhecida pelo Ministérios do Trabalho e Emprego desde 2002, segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), contribui para o aumento da vida útil dos aterros sanitários e para a diminuição da demanda por recursos naturais, na medida em que abastece as indústrias recicladoras para reinserção dos resíduos em suas ou em outras cadeias produtivas, em substituição ao uso de matérias-primas virgem.

Em Imperatriz- Maranhão, há quase uma década anos existe uma Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Imperatriz, conhecida como ASCAMARI, que inicialmente contou com cinco desbravadores que tiveram a iniciativa de fundar a associação de catadores para oferecer melhores condições de trabalho para os catadores da cidade, com cursos, qualificação, oficinas culturais e sociais, palestras sobre cidadania, orientação de saúde, entre outras ações de valorização da atividade profissional.

Crédito: Iara Oliveira da Silva. Reunião na associação

Atualmente a ASCAMARI está localizada no Bairro Recanto Universitário, mas já teve outros endereços: O primeiro foi na Vila Redenção II, depois na Vila Cafeteira, ambos locais na região periférica de Imperatriz.

Aproximadamente 50 sócios agregados estão diretamente envolvidos no trabalho da associação, sendo que na sede ficam 12 integrantes fazendo o recebimento e triagem dos materiais trazidos por outros catadores e fazendo algumas atividades administrativas, enquanto os demais ficam distribuídos em diversos pontos da cidade fazendo a coleta.

Crédito: Reprodução. Espaço de triagem do material

A associação é muito ativa e tem um cronograma de atividades regulares, desde a assembleia geral ordinária, que acontece sempre no dia 21 de abril, data de fundação, com todos os sócios, até audiência pública, seminários trabalho com jovem e criança (escolinha educação popular, dança e capoeira), ação social de saúde para o catador e suas famílias, além da festa junina, que todo ano atrai mais pessoas.

Esse mês, um curso básico de marcenaria será iniciado para os associados e moradores do bairro, com previsão de iniciar as atividades no próximo dia 17 e durar até o final do ano, essa ação conta com apoio do Senai. Assim a associação mantem sua articulação e interação com o seu entorno, promovendo qualificação e aperfeiçoamento das atividades.

Crédito: Reprodução. Catador

O objetivo da associação é de contribuir com a organização dos catadores e suas famílias, com realização de encontro em grupo, planejamento de estudos, essas e outras atividades só é possível acontecer por conta das parcerias, entre os apoios mais presentes estão o MCP– Movimento das Comunidades Populares e a CARITAS, além de amigos/voluntários que são empáticos com a causa e luta dos catadores e fazem uma força tarefa nas ações.

Nas atividades culturais o apoio chega através das meninas da UJP– União da Juventude Popular, grupo cultural com 10 meninas quilombolas, que atuam há quase sete anos na cidade, promovendo diversas ações culturais dentro e fora da associação.

A qualidade de trabalho melhorou desde o primeiro ano de existência, tanto pelas parcerias que foram estabelecidas ao longo dos anos, seja via prefeitura ou empresas privadas, como com outras instituições sociais da cidade, e por intermédio de mobilizadores e representantes dos movimentos sociais.

As conquistas alcançadas pela associação têm trazido uma valorização no trabalho dos catadores, como dignidade e respeito perante a sociedade maranhense.

Colaborou com esta produção: Iara Oliveira da Silva, Agente Cultural da ASCAMRI.

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Paulo de Almeida Filho
Jornalista, Especialista em Comunicação Comunitária, Mestre em Gestão da Educação, Tecnologias e Redes Sociais - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Editor da Agência de Notícias das Favelas. Pesquisador do CRDH- Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Professor de Pós Graduação, em Comunicação e Diversidade, na Escola Baiana de Comunicação. Assessor da REDE MIDICOM- Rede das Mídias Comunitárias de Salvador. Membro do Grupo de Pesquisa TIPEMSE - Tecnologias, Inovação Pedagógicas e Mobilização Social pela Educação. Articulado Comunitário do Coletivo de Comunicação Bairro da Paz News. Membro da Frente Baiana pela Democratização da Comunicação. Integrante do Fórum de Saúde das Periferias da Bahia. Membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito- Núcleo Bahia. Integrante da Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores Coordenador Social do Conselho de Moradores do Bairro da Paz, EduComunicador e Consultor em Mídias Periféricas.