Partimos do entendimento que a corrupção é intrínseca ao capitalismo. No entanto, tal afirmação não passa por um processo de naturalização. Trata-se de reconhecer que, para lutar contra a corrupção, precisamos pensar outra forma de sociabilidade em que o dinheiro não seja a principal maneira de relação entre as pessoas.
A história do Brasil é marcada por denúncias de corrupção e, desde o Mensalão, assistimos a todos os tipos de denúncia. Elas culminaram na Operação Lava-Jato, que envolveu quase todos os componentes dos três poderes. A cada dia, vemos nos noticiários um nome ou informação nova relacionados ao escândalo – aparecem gravações, fotos, malas de dinheiro.
O Rio de Janeiro não foge do cenário nacional e tem seus célebres políticos fazendo a mesma coisa. O estado e o município se encontram falidos: profissionais de diversas áreas sem receber salários há meses, a saúde está em greve tanto por falta de salários quanto por falta de materiais de trabalho. O caos está instalado no Rio de Janeiro e não é por crise, e, sim, por roubo aos cofres públicos.
Na sexta-feira, 17, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) determinou a soltura do atual presidente da casa, Jorge Picciani, e dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, envolvidos em processos de corrupção. Do lado de fora da Alerj, a população estava mobilizada a fim de evitar esse desfecho, porém, o que lhes restou foi um enfrentamento com a Polícia Militar a base de tiro, porrada e bomba.
O que percebemos é que a maioria de vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, o presidente e membros do judiciário têm teto de vidro. Por isso, a eterna sensação de impunidade. Parece que rasgaram a Constituição Federal de 1988, que podem fazer de tudo e que nada acontecerá aos grandes donos do poder. A consequência imediata é o total descrédito da população frente a política partidária. A sensação é de que todos são assim e nada nunca vai mudar.
Os paneleiros selecionam os corruptos que eles querem fora do jogo político. Não os vemos gritando “fora Temer”, “fora Pezão”, “fora Picciani” etc. Era muito mais uma raiva do Partido do Trabalhadores (PT) do que vontade findar com todo o assalto ao fundo público. Apenas vemos um discurso de ódio e moral contra aqueles que eles julgam comunistas – infeliz e ingênua leitura daqueles que ainda acham que o PT possui algo de comunista.
Precisamos pôr fim a essa impunidade. Não podemos continuar acreditando que será nas urnas a mudança que o Brasil precisa, uma vez que a estrutura do Estado é corrupta e não existe para defender o interesse das cidadãs e cidadãos. Faz-se necessário irmos às ruas, derrubar todos eles e pensar novas formas de gestão e também punição, pois, ao que tudo indica, preferem afundar o Brasil do que parar de roer o osso. E já demonstraram que, se o o mesmo povo que os elegeram quiser se mobilizar, terá polícia bem armada para impedir.
Os nossos representantes falam sem nenhum pudor que não precisam e não devem nos ouvir, então, teremos que mostrar nossa força de outros modos. Dou uma pista: bora juntar todas e todos e ir para as ruas mudar esse Brasil?