Outubro Rosa
Crédito; Divulgação

Em homenagem ao Outubro Rosa, o Núcleo Assistencial para Pessoas com Câncer (NASPEC) deu início a campanha “A Jornada da Mulher no Enfretamento Contra o Câncer”. A ação tem como objetivo discutir e apresentar os cuidados com a mama e a importância do diagnóstico precoce.

Junto com a campanha, ocorre o lançamento da Formação da Rede Baiana de Saúde da Mulher, que tem foco em políticas públicas, ajudando a multiplicar as informações para o maior número de usuárias do Sistema único de Saúde (SUS).

A campanha também acontece de forma digital, através de lives informativas que ocorrem no perfil do Instagram @naspecnucleo. De forma presencial a NASPEC conta com a participação de parceiros, voluntários, apoiadores e trabalhadores de saúde, que vão ajudar na divulgação e distribuição do material informativo.

Entre os parceiros estão as associações e centros comunitários, universidades e faculdades, grupos informativos interessados, todos de Salvador e interior da Bahia.

Outubro Rosa: saiba mais sobre a campanha da NASPEC

A primeira live trouxe como tema “A importância do apoio psicológico no enfrentamento ao câncer de mama”, o tema da segunda live foi “Meu câncer de mama não foi rosa” que falou sobre desafios e dificuldades, e o próximo encontro virtual vai falar sobre “Mama e Colo do útero”, essa live está prevista para acontecer amanhã (28), às 19h.

Crédito: Divulgação

São muitas as dificuldades das pessoas que utilizam a rede SUS, em especial as mulheres que precisam de acompanhamento mais frequente, por conta disso é importante levar as informações até elas.

Durante a campanha também serão distribuídas as cartilhas informativas “Jornada da Mulher Usuária do SUS”. O material impresso será distribuído e divulgado com auxílio da Rede Baiana de Saúde da Mulher.

“A distribuição da cartilha tem a intenção de fortalecer o controle ao câncer de mama e colo de útero para as usuárias do SUS, reforçando as ações de advocacy e políticas públicas do estado”, finaliza Romilza Medrado, fundadora e diretora da NASPEC.

Bate-bola com Romilza Medrado

Romilza Medrado – Crédito: Divulgação

Nice: Qual é a importância da campanha para mulheres em tratamento de câncer no SUS quando falamos da população periférica/favelada?

Romilza: A importância é que essas mulheres tenham acesso as informações que podem fortalecer o controle e a descoberta precoce do câncer de mama, de colo de útero e outros. Nós trabalhamos reforçando a intenção de que elas também despertem para as dificuldades, sabendo que há caminhos que elas podem trilhar. É importante que elas conheçam o roteiro para que cheguem a ter o diagnóstico precoce e chance de cura.

Nice: Como vocês observam o conhecimento de mulheres periféricas sobre o câncer (mama ou colo do útero)?

Romilza: Nós temos um trabalho antigo, são mais de 40 anos que nós temos uma relação estreita com as comunidades mais periféricas, as comunidades mais afastadas, menos favorecidas, e observamos a falta de informação em nível oficial das instâncias municipal, estadual e federal. Observamos também, que o acesso delas à essas informações, além de serem limitados, são difíceis, e temos esse retorno através dos agentes comunitários. Temos um projeto no qual trabalhamos diretamente ligados aos agentes comunitários, e eles nascem, crescem, vivem e trabalham nestas comunidades. Essa é uma das formas de termos um controle melhor sobre a saúde dessa população.

Nice: Sabemos que o apoio psicólogo é importante nesse momento, mas como fazer quando essa mulher que vem de periferia não consegue esse ajuda?

Romilza: O apoio psicológico é extremamente importante. Quando é um paciente com câncer do NASPEC nós temos aqui o serviço, quando nós temos um paciente de fora que não tem acesso, ou buscamos através de serviços disponibilizados pelas faculdades, ou em serviços religiosos que disponibilizam atenção jurídica, psicológica, de serviço social. Precisamos sempre ter essas informações para passar diretamente a essas comunidades com as quais nós lidamos e reconhecemos a importância do atendimento psicológico. Inclusive, para mulheres que estão em tratamento e que não são encaminhadas, nós conduzimos, fazemos a família entender a necessidade da paciente e indicamos que eles busquem juntos a esses serviços ,o acompanhamento psicológico.

Nice: Para muitas mulheres, é difícil conseguir marcar uma consulta no SUS, é tudo muito demorado. Já o autoexame deixa várias dúvidas. O que a senhora indica nesses casos?

Romilza: Sim, é tudo muito demorado, tudo muito difícil. Principalmente uma consulta específica quando se trata de especialidade como oncologista e mastologista. É muito complicado a regulação, ter o primeiro atendimento e o primeiro contato. Muitas vezes essa mulher que já foi conscientizada, inclusive, que já percebeu alguma anormalidade no seu corpo, na sua saúde, ficar bastante apreensiva. Como nós fazemos um trabalho direto na comunidade e essa comunidade tem o suporte dos agentes de saúde, eles normalmente fazem com que os pacientes busquem a gente para a gente dar esse caminho. Daí a importância de termos esse roteiro: o que essa mulher precisa fazer, onde buscar, como buscar, que tipo de ajuda ela pode acessar.

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