“Analisando essa cadeia hereditária/quero me livrar dessa situação precária/onde o rico cada vez fica mais rico/e o pobre cada vez fica mais pobre”. O trecho da música “Xibom Bombom” do grupo de axé As Meninas, lançada em 1999, nunca foi tão atual.
Relatório produzido pela Oxfam e divulgado hoje, 27, indica que os 73 bilionários da América Latina e do Caribe aumentaram suas fortunas em 17%, o que equivale a US$ 48,2 bilhões, no período de março a junho deste ano. Mais do que naquele ano, hoje, mais do que nunca “o de cima sobe/e o de baixo desce”.
Enquanto no mesmo período os dados do IBGE revelaram que mais de 11 milhões de pessoas estão desempregadas no país, o relatório “Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid na América Latina e Caribe”, revelou que surgiu um novo bilionário a cada duas semanas nas regiões e no período citados.
Segundo a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia é preciso entender que a crise do novo coronavírus não atinge a todos da mesma maneira. “Os bilionários estão em outro mundo, enquanto a maior parte da população se arrisca para não perder seu emprego, eles permanecem com seus privilégios e fortunas que seguem crescendo”, disse. Enquanto poucos detém a riqueza, em 2020 a estimativa é que 52 milhões de pessoas entrem na faixa de pobreza na América Latina e Caribe.