Nessa terra em que vivemos, a qual o nome Brasil foi dado pelos europeus, desde 1500 teve o infeliz encontro com as civilizações bárbaras ocidentais, especialmente os portugueses. Fomos colonizados e destruíram toda uma civilização emancipada que aqui habitava, impondo o terror, o medo, a escravidão, o sequestro, o estupro e outras violências como controle social.
A barbárie é o modo de operação do capitalismo, tendo o conservadorismo como força política de manutenção dos privilégios dos poderosos que, dado a colonização, encontra na pele branca a expressão por excelência. Por conservadorismo entendo a forma em que o conhecimento busca defender a propriedade privada burguesa, utilizando os três poderes para assegurá-la.
Desse modo, o executivo, o legislativo e o judiciário sempre estiveram, ainda que em modos distintos em cada período histórico, em defesa das elites. No Brasil isso fica muito evidente, pois os governantes em sua maioria representam essas elites, e a população pobre por algum motivo se vê representada por essa corja.
Minha tese é que 500 anos é suficiente para formatar muitas mentes, ainda mais quando o uso da força repressora é o modo de garantir a dita paz. Torna-se necessário descolonizar nossas mentes, nos entendermos enquanto povo unido, particularmente nós pretos(as), que temos sido exterminados há mais de cinco séculos.
Nós, pretos e pretas, necessitamos perceber que os interesses das elites nunca foram os mesmos que os nossos, ao contrário, eles nos escravizaram para enriquecer. E as duas últimas eleições reforçam isso: o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella demonstra diariamente que não se preocupa com nossas vidas; o governador do Rio Wilson Witzel está afundado em denúncias de corrupção por querer se dar bem num momento que deveria preservar nossas vidas; o presidente Jair Bolsonaro todos os dias demonstra a sua incompetência e falta de vontade política em salvar a vida de quem o elegeu, em grande parte pessoas pobres.
Faz-se necessário revermos onde erramos, por que votamos em quem nos quer ver mortos, mas sem julgamentos ou culpa, e sim como maneira de voltarmos para o caminho estratégico para nos mantermos vivos. Em 2020 teremos novas eleições, façamos um balanço do que foi feito anteriormente e assim poderemos eleger pessoas mais sérias e comprometidas com nossas vidas.