O tomógrafo que a prefeitura queria instalar no pátio da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o prefeito Marcelo Crivella é bispo licenciado e que teve a instalação impedida por decisão judicial a pedido do coletivo Fala Subúrbio, na semana passada, voltou à discussão na favela da Rocinha nesta segunda-feira, 18.
Outra decisão da justiça reverteu a proibição anterior e funcionários da prefeitura planejam retirar cerca de 30 boxes do Mercado Popular, vizinho à igreja, para acesso de ambulâncias ao Centro Médico de Imagens que a prefeitura promete instalar no pátio provisoriamente. Moradores, no entanto, defendem a instalação do tomógrafo na Unidade de Pronto Atendimento local, que fica um pouco acima.
Além disso, trabalhadores no mercado alegam ser desnecessária a remoção de boxes porque há espaço para o trânsito de ambulâncias: “Uma carreta já manobrou aqui dentro”, declarou Célio Ricardo, representante dos comerciantes. O mercado comporta 216 boxes onde trabalham aproximadamente 800 pessoas.
A autorização para instalar o Centro Médico de Imagens na Universal da Rocinha partiu do desembargador Rogério de Oliveira Souza, que considerou o espaço o único capaz de abrigar o tomógrafo e a enfermaria com 24 leitos. Na quarta-feira da semana passada uma liminar da justiça impediu a obra sob a alegação de ser um terreno particular que necessita de reformas para o que pretende a prefeitura, com uso de dinheiro público. Os comerciantes dizem que o prefeito quer construir uma rampa e garantem que não têm nada contra o tomógrafo na igreja, desde que não mexam no mercado.