POR ELAS – de Sílvia Monte [texto e direção] e Ricardo Leite Lopes [texto]. Elenco: Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa.
Um grupo de mulheres desconhecidas entre si que, em comum, têm a violência na sua vida amorosa, se reúne para falar sobre suas histórias. Conforme os relatos vão acontecendo, os conflitos, preconceitos, a dor e a própria violência surgem no grupo.
A violência contra a mulher é o tema da peça POR ELAS, em cartaz no Museu da Justiça – Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ). Originada de retalhos de histórias reais, a dramaturgia de POR ELAS, assinada pelo advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes em parceria com a diretora teatral Sílvia Monte, passeia pelo épico e pelo dramático, pelos tempos presente e passado. Cada uma das sete personagens femininas carrega histórias reais de outras tantas mulheres brasileiras. A figura masculina – evocada pelas lembranças das mulheres – provoca a reflexão do que o homem representa para elas dentro desse universo perverso de “amor e ódio”, “submissão e poder”, das relações entre mulheres e homens, numa sociedade patriarcal e machista. Por último, os coros de “mulheres” e “homens” espelham o sentimento, o preconceito, a dor, a violência e as ambiguidades da nossa sociedade frente à violência de gênero. O elenco é formado por Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa.
“A questão da violência contra a mulher é um tema que não pode deixar de ser pensado na arena da dramaturgia brasileira. O teatro, ao representar os conflitos e as ambiguidades do humano, acolhe e aproxima – de forma menos cruel – as pessoas da realidade. O espetáculo se propõe a ser um espaço de comunicação, sensibilização e visibilidade para o fenômeno da violência de gênero. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar ideal para atingir mentes e corações”, defende Sílvia Monte, diretora do espetáculo e idealizadora do projeto.
Inspirado pela pauta que o Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro desenvolve no combate à violência doméstica, o CCMJ, por meio do programa “Teatro na Justiça”, iniciou em 2016 estudos sobre o tema, com o objetivo de criar uma peça que contribuísse com a reflexão, a prevenção e o enfrentamento da violência contra a mulher pela sociedade brasileira.
“A peça trata do ‘círculo da violência’ e do ‘feminicídio’, assassinato cometido contra a mulher em razão desta condição, em geral praticado por alguém do âmbito doméstico e familiar. O feminicídio é um crime anunciado, precedido por outras formas de agressão que formam o ‘ciclo da violência’, e portanto passível de prevenção”, alerta a diretora, acrescentando que “os números assombrosos da violência perpetrada contra as mulheres refletem um problema social que deve ser encarado pela sociedade em frentes variadas: na família, na escola, no trabalho, inclusive na arte”. Sílvia Monte conclui com uma frase do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt: “O que interessa a todos, só todos podem resolver.”
SERVIÇO
Entrada gratuita, com distribuição de senhas às 18h30.
Recomendação Etária: 14 anos.
Duração: 80 minutos.
Local: CCMJ, Sala Multiuso, Antigo Palácio da Justiça, Rua Dom Manuel, 29, Centro, Rio de Janeiro – RJ.