Apesar de, em âmbito nacional, estarmos em processo de recuperação, trabalhar com cultura no Rio de Janeiro não é fácil. Mas isso não desanimou o filósofo Pedro Poeta, responsável pelo projeto Pensadores Cariocas, que acontece na Pavuna, na comunidade de Costa Barros, Rio de Janeiro.

Com uma proposta ousada, o idealizador mistura produção cultural e filosofia, fazendo com que esses pensamentos, antes desprezados por muitos indivíduos, ganhem valor popular e social.

A missão começa em 2017, na construção do Turma Jovelina, que ocorria na Arena Jovelina Pérola Negra, também na Pavuna, zona Norte. A ideia foi premiada pela 6ª CRE – Coordenadoria de Ensino da região.

Surgimento dos Pensadores Cariocas

Em seguida, após reformulação, o projeto recebe o nome de Pensadores da Pavuna, em 2018. Entretanto, enxergando a carência do campo de atuação, em 2019 começam as atividades dos Pensadores Cariocas.

A pandemia fez com que as dificuldades fossem ampliadas, mas o ânimo em fazer a diferença possibilitou que eventos online aproximassem os envolvidos, como relatou Pedro. “Vivemos uma experiência diferente. Realizamos o Filosofias Periféricas de maneira remota, que viabilizou um estudo mais profundo sobre a proposta nas favelas”, contou.

O retorno presencial só foi possível em 2022 e serviu como dissertação de mestrado para Pedro Poeta, em sua graduação de Educação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Com a capacitação pessoal do mentor, o Projeto Pensadores Cariocas recebeu premiação da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro, através do edital FOCA.

Além do aspecto cultural, o projeto melhorou a relação dos jovens com o território. A reflexão faz com que as palavras sejam repensadas antes de atiradas de qualquer forma. Essa base de novos pensadores é um eixo de mudança, na perspectiva de um horizonte sem armas e com mais livros.

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