Reportagem para o jornal A Voz da Favela de dezembro de 2019
A Celpe atende nove milhões de usuários no estado de Pernambuco, em mais de 3,7 milhões de unidades consumidoras. Todo o processo de distribuição é realizado para que essas pessoas possam receber a energia em casa, com qualidade e segurança. Mas uma pergunta ecoa: será que no meio do caminho há perda energética? A resposta é sim.
Perda é, basicamente, a diferença entre a quantidade de energia que entra no sistema e a quantidade que é realmente faturada por meio das contas. É como pensar em um supermercado: ele realiza a compra de uma quantidade de produtos, mas por causa de diversos eventos no caminho, pode chegar um número menor de itens.
No último dia 23 de novembro, o superintendente de Relacionamento com Clientes da Celpe, Pablo Andrade, e o gerente de Proteção da Receita, Luiz Paulo Marinho, participaram de um encontro com estudantes da Rede de Agentes Comunitários de Comunicação (RACC), na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), trazendo o tema “Perda de Energia: todo mundo perde”. Na ocasião, os representantes da empresa apresentaram diversos aspectos relacionados à perda de energia e ao trabalho que a Celpe vem fazendo para evitá-la.
Segundo Pablo e Luiz Paulo, as perdas de energia se concentram em quatro fatores. Um deles é a perda técnica, que acontece naturalmente nos fios de alta tensão (fatores como resistência influenciam nisso). Outro motivo é a existência de defeitos nos medidores residenciais. Também influenciam na perda as ligações clandestinas e os furtos de energia, fatores de maior impacto e que, inclusive, têm relação direta com prejuízo à segurança. Uma das principais consequências provocadas pelas perdas oriundas de furto de energia e ligações clandestinas tem relações com a segurança, a qualidade no fornecimento e com o crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro. Quando acontece um furto, popularmente conhecido como “gato” ou “macaco”, a qualidade no fornecimento é prejudicada, o que pode acarretar danos aos usuários. “Todas as irregularidades ou ligações clandestinas sobrecarregam a rede de energia. Essa sobrecarga causa curtos-circuitos, faltas de energia, quedas e oscilações da tensão elétrica, queimando os equipamentos dos usuários”, afirma Luiz Paulo.
Para evitar essas situações, que trazem muitos riscos aos clientes, a Celpe tem realizado várias ações nas comunidades para informar sobre o tema. As palestras são realizadas em escolas, igrejas, espaços comunitários, feiras e eventos municipais. A estudante da RACC Suellen Barbosa vê tal iniciativa da Celpe como importante. “Acredito que os assuntos abordados nas palestras da Celpe são de suma importância para a população, porque focam na segurança com prevenção de acidentes e na educação para economia de energia elétrica”, afirma Suellen.
Diante dessas questões, a Neoenergia vem atuando em todo os Estado de Pernambuco para recuperar a energia furtada por meio de inspeções e ações de combates a perdas. Até outubro de 2019, a Celpe realizou 179 mil visitas, número 36% maior que o do ano passado. As operações realizadas pela Celpe conseguiram recuperar, ainda em 2019, um volume de energia suficiente para abastecer uma capital como Recife por um mês, ou um município como Caruaru por três meses. A redução das perdas impacta diretamente no valor que o consumidor paga na tarifa. Isso significa que, quanto menor o furto de energia, mais a sociedade ganha.