Representantes da Associação dos Pescadores de Barra de Jangada promoveram na terça-feira, 21, em frente ao prédio da Superintendência do Patrimônio da União em Recife, manifestação em defesa dos seus direitos na disputa com a empresa Etasa- Empreendimentos Turísticos S/A, que ameaça desalojá-los para construir uma de suas instalações turísticas no terreno.
O movimento Salve Barra de Jangada e o projeto Onda Limpa Para Gerações Futuras participaram do ato juntamente a outros coletivos, em defesa da preservação ambiental e dos direitos dos povos tradicionais que dependem do território e da cultura ameaçados diretamente de remoção.
Estevão Santos, fundador do Projeto Onda Limpa Para Gerações Futuras, afirma que a especulação imobiliária em áreas naturais gera consequências impactantes nas áreas de restinga, mata atlântica e manguezal: “O que eu observo é que os empreendimentos chegam com suas construções, mas não têm o estudo do impacto ambiental de forma a mitigar os danos. Na causa com os pescadores, nós queremos que não chegue a ser causado esse dano no território; somos contra esse empreendimento da Etasa. Um empreendimento como esse prejudica a fauna e a flora, não só marinhas mas também as terrestres. Espécies nativas ameaçadas de extinção como a mangabeira, devem ser preservadas no local, além do estuário que existe em Barra de Jangada, onde diversas espécies marinhas vêm se alimentar e se reproduzir. A luta é pela preservação e conservação daquela área”.
Eddie Rodrigues, ativista ambiental do Salve Barra de Jangada, movimento que atua no município de Jaboatão dos Guararapes, diz que a omissão do poder público nessas lutas dificulta o ativismo ambiental no país: “A luta do movimento começou quando a prefeitura construiu uma pista na faixa de areia em uma área de proteção ambiental em Barra de Jangada. Sabemos que o interesse era privilegiar os mais ricos dando acesso aos casarões, e não de aumento da segurança por permitir passagem de viatura como alegou a prefeitura.”
“Temos denunciado diversos crimes ambientais que vêm ocorrendo no município, esgotos sendo despejados diretamente no mar há décadas. Todos os dias recebemos denúncias dos próprios moradores, de crimes ambientais acontecendo no mangue, desmatamento. Os pescadores estão situados numa área de restinga, e estão sendo vítimas de diversos crimes”, destaca Eddie.
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