A pesquisa Efeito Furacão: capacitando mulheres empreendedoras para reduzir desigualdades, a ser lançada hoje pela Be. Labs, aceleradora de negócios e mentoria de empreendimentos femininos do Nordeste, indica que elas precisam de apoio específico e empático às dificuldades por elas enfrentadas.

O perfil socioeconômico formado a partir das respostas das empreendedoras indica média de idade de 40 anos e meio. Do total, 48% são casadas e 77% têm filhos. Declaram-se chefes de família 60% e 62% informaram ser negras.

A renda conquistada com o negócio próprio por quase dois terços das mulheres (62%) fica entre um e três salários-mínimos. Do total, um terço (32%) tem em seu currículo pelo menos uma pós-graduação completa.

A fundadora da Be. Labs, Marcela Fujiy, revela que este é o principal desafio das mulheres na hora de empreender. “O que temos de mais valor para oferecer às mulheres é formação especializada, com olhar empático para todas as agruras por elas vivenciadas. Seus repertórios de vida são muito diferenciados e, em geral, elas são vistas pelo mercado como empreendedoras de pouco potencial competitivo”, afirma.

O relatório ouviu 350 participantes das 1.600 mulheres que passaram pelo Efeito Furação, programa de pré-aceleração de negócios oferecido pela Be. Labs. Um questionário online foi aplicado para as participantes de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, estados que receberam turmas do programa.

Perfil dos negócios geridos por elas

A pesquisa aponta que a maior parte das empreendedoras que passaram pela capacitação (44,3%) empreende no segmento de produção artesanal, confeitaria e alimentação.

Entre as entrevistadas, 45% afirmam gerir os negócios sozinhas e 73,4% contratam preferentemente outras mulheres para as vagas surgidasO conceito de sororidade é reforçado também durante a formação, expandindo o apoio a outras mulheres e a atuação em rede para minimizar desigualdades. 

Após 20 horas/ aula e quatro sessões de mentoria individual, as mulheres puderam aplicar os conhecimentos adquiridos e os resultados são positivos, segundo revela a pesquisa.

Impactos da formação

Antes da formação, apenas 15,5% das empreendedoras faziam a separação das finanças pessoais das do negócio. Após a capacitação, esse percentual subiu para 50,9%. O relatório também aponta avanço das participantes do curso em relação à objetividade da rotina financeira e contábil.

Antes do curso, 19,4% das mulheres disseram já poder gerir seu negócio de forma objetiva e transparente. Mas, para 59,5%, isso só foi possível após absorver novos conhecimentos, acompanhando o ciclo de formação. 

Outro dado relevante trata da precificação dos serviços/produtos realizada pelas empreendedoras do Efeito Furacão. Quase 71% delas disseram ter aprendido a fazer o cálculo de custos fixos e variáveis para definir preços mais adequados, com maior compreensão da lucratividade do negócio.

Um total de 80,6% das respondentes da pesquisa relataram se sentir mais capazes de cuidar do próprio negócio após passar pela capacitação. E a maioria (82,7%) das mulheres disse acreditar que agora possuem as habilidades necessárias para gerir seus negócios da melhor forma possível. 

O relatório na íntegra pode ser acessado AQUI

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