Deu no Daily Mail periódico da Inglaterra, que o Brasil conquistou o posto de sexta economia do mundo, ultrapassando o Reino Unido, de acordo com pesquisa publicada pelos principais jornais britânicos na segunda feira dia 26 de dezembro. É a primeira vez que o país fica atrás de uma nação Sul Americana. O ex. Conselheiro britânico, Peter Slowe disse que: “ O Brasil tem uma variedade de recursos naturais com os quais pode contar “, como petróleo e minerais inclusive da Amazônia.
Assim que tomei conhecimento desta matéria, tratei de ligar para várias lideranças de favelas para saber o que achavam desta “novidade”. Incrível, a resposta foi unânime. – O que é que nós temos haver com isto se por aqui nada mudou desde 1900, quando surgiu a primeira favela no Brasil – o morro da Providência? O próprio nome já era sugestivo, deveriam providenciar um outro lugar mais digno e levar cidadania. Até hoje nada.
Todas as vezes que os governos se propuseram levar o tal desenvolvimento social e econômico para as favelas, o fez paleativo. No governo do prefeito Cesar Maia, foi criado o Projeto Favela “Barro”. Quem passava na frente das favelas contempladas, ficavam admiradas com as obras realizadas, mas o que elas não sabiam é que no seu interior nada mudava. A base era a mesma: miséria, barracos e a falta de saneamento.
Agora no governo de Sérgio Cabral, o que se vê é o continuísmo. Cabral vibra com o tal projeto das UPPs. Segundo ele, este irá acabar não só com a violência, mas também diminuir drasticamente com a miséria nas favelas invadidas pelos militares da PM e do Exército. Este projeto está em prática desde 2008. A FAFERJ (Federação das Associações de Favelas do Estado de Janeiro) junto com a ANF (Agência de Notícias das Favelas), convidam a todos os interessados no assunto, que visitem as favelas invadidas pelos militares. Aconselha-se que não fiquem apenas na frente das mesmas, adentrem-nas percorram os seus interiores, depois contem-nos o que viram.
Se os Royaties tão presentes no Rio de Janeiro não conseguem diminuir a miséria nas favelas, pois ninguém consegue explicar para onde vai tanto dinheiro, imaginem o PIB que essa população em sua maioria ignora o seu significado. Agora mesmo, tanto a ANF, quanto a FAFERJ, estão engajadas na luta pelo Plebiscito dos 10% do PIB para Educação. A resistência das elites para que não aconteça é enorme.
Temos uma concentração exagerada de renda para esta classe minoritária de ricos, a qual sempre ignorou os pobres, mantendo-os na base da pirâmide social. Negam historicamente uma distribuição justa de renda. Esta, precisa mantê-los pobres e ignorantes. Assim, conseguem a manutenção do seu processo escravocrata. Em 2001, quando estive na Anistia Internacional nos EUA, o diretor geral perguntou-me : “por que você nos fala tanto de miséria se o Brasil hoje (naquela época) é a 8ª economia mundial”? Respondi que lá vivemos em dois Brasis. Um dos ricos e o outro da grande massa excluída – os pobres.
Podemos concluir de que nada adianta para os pobres deste país, o PIB brasileiro ultrapassar o da Inglaterra, se no Congresso Nacional encontram-se os mesmos políticos históricos, descendentes dos colonizadores e seus filhotes. Resta-nos não abrirmos mão da luta que em algum momento desta história iremos travar.
Rumba Gabriel