De 13 a 18 de agosto, a cidade de Salvador se transforma em um grande palco para a celebração da cultura negra, com a realização da Plataforma Nacional de Artes Negras. Idealizada pelo artista periférico multilinguagem e curador Brunno de Jesus, a iniciativa reúne artistas, grupos e pesquisadores de diversas partes do Brasil, da América Latina e da África, em uma programação gratuita e diversificada.

Plataforma recebe Djam Neguin para um set vibrante de sonoridades africanas

Entre as atrações internacionais está  o artista transdisciplinar Djam Neguin, de Cabo Verde. No dia 16 de agosto, às 19 horas, no Coro do Teatro Castro Alves, o músico promete uma apresentação inesquecível ao mesclar sonoridades africanas urbanas, como afrobeat, afropop e amapiano, com a música tradicional caboverdiana.  Para o espetáculo, Djam   tocará músicas autorais do seu E.P recém-lançado “Autofagias”, covers e músicas inéditas, o seu estilo dançante vai contagiar a todos. A entrada é gratuita. 

Show Bunno de Jesus e Família Triplice

A programação conta também com o show do cantor baiano Brunno de Jesus (BA) destaque da música negra contemporânea, que fará show com a participação de João Merin e Família Triplice. Os músicos prometem uma noite inesquecível de música, cultura e muita energia!

Com um repertório repleto de sucessos, Brunno, que é Idealizador do evento, apresentará canções autorais dos álbuns “Epa Rei” e “Tranca Rua”, além de releituras marcantes de clássicos da música negra e canções inéditas que prometem encantar o público.

A Família Tríplice se junta à festa, trazendo sua sonoridade única que mescla elementos do rap, pagodão, música afro e reggae. Com uma trajetória de 14 anos e 8 álbuns lançados, o grupo baiano é referência em música negra e um dos pioneiros do pagotrap no Brasil.

Mais espetáculos

A abertura do evento será no dia 13 de agosto com a performance da artista baiana Jaqueline Elesbão. A apresentação surpresa será realizada nas ruas da cidade.

A programação  inclui artistas de sete estados brasileiros: Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Rio de Janeiro, Maranhão e Pernambuco e conta ainda com a participação da fundadora do Festival de Sabiduria Afrocolombiana e do Afrofestival Colômbia, Carolina Mosquera.

O Coletivo Zona Agbara de São Paulo apresenta o espetáculo “Engasgadas – Zona Agbara” no dia 14 de agosto, às 20h, na Sala do Coro do TCA. O grupo eleva a voz da mulher preta e gorda na dança contemporânea.

O dramaturgo Anderson Feliciano, de Minas Gerais, fará a performance “Sobre a Ausência da Pedra” no dia 18 de agosto, às 18h, no Espaço Xisto. O cearense Gerson Moreno apresenta em Salvador o espetáculo “Sobre Aquilo que Permanece” no dia 18 de agosto, às 18h, também no Espaço Xisto. Gerson participa ainda da programação com a oficina “Contemporancenstrais: Oralidades, Criação e Cena”, no dia 15 de agosto, às 18h, na Escola de Dança da UFBA, com mediação da Prof. Marilza Oliveira.

Outra atração de Minas Gerais é a artista Paula Duarte com a performance “Nem o Sabão é Neutro”, que será realizada em praias, ruas e praças de Salvador a qualquer momento.

Do Maranhão, teremos a participação de Dinho Araújo com a oficina “Aparições” no dia 14 de agosto, no Espaço Xisto da Bahia, das 9h às 17h. Através de exercícios corporais e vocais, a oficina explora a etnografia das caretas de cazumba no bumba-meu-boi das regiões da Baixada e do Vale do Pindaré, integrando costura, dança e história. Dinho também apresentará a performance “Aparições”, resultado da oficina, no dia 16 de agosto, às 10h, na Feira de São Joaquim.

Ainda do Maranhão, teremos a foto-performance “Madresmorta” da artista Marcinha Baoba, que será realizada pelas ruas de Salvador.

O artista pernambucano Orun Santana ministrará a oficina “Orun pra Erê” no dia 16 de agosto. A primeira sessão será no Canteiro dos Desejos com o Projeto Axé, às 9h, e a segunda no Espaço Xisto Bahia, com o Movimento Erê na Praça.

Iguinho Imperador – Rio de Janeiro

Outra atração que promete levar para as ruas a cultura negra é o artista carioca Iguinho Imperador. Por meio do solo Resistência, Iguinho reflete sobre cultura funk e como este movimento contribui para o protagonismo de jovens negros e negras marginalizados na sociedade brasileira, enquanto pertencimento cultural e inspiração do seu contexto periférico. 

Iguinho Imperador, artista dançarino da cultura do passinho desde o início da cultura, líder e um dos fundadores da primeira família (crew) de passinho do gênero. Com trabalhos nacionais e internacionais, é um dos representantes desse movimento que é hoje patrimônio cultural imaterial da cidade do Rio de Janeiro.

O artista se apresenta no dia 13 de agosto, às 12 horas, na Estação da Lapa e, às 13 horas, no ponto de ônibus Campo Grande. Iguinho também promove a famosa Oficina do Passinho no Espaço Subúrbio em Vista Alegre no dia 13 de agosto, às 18h.

A programação também conta com a participação de diversos artistas baianos, incluindo a oficina literária do escritor Jairo Pinto, o espetáculo “Nós Por Nós” do grupo UZARTE, do Subúrbio de Salvador, e o espetáculo “O Menino Debaixo da Palha” do Grupo de Dança do Projeto Axé Bahia.

Um evento para todos

A Plataforma Nacional de Artes Negras acontece em diversos espaços da cidade, como espaços culturais, transportes públicos, feira livres, teatros, praças públicas e terreiros de Candomblé, garantindo a acessibilidade a todos os públicos. O evento também oferece uma série de atividades gratuitas, como workshops, seminários, shows, prosa com dendê e pagobaile, proporcionando uma experiência cultural completa.

A Plataforma Nacional de Artes Negras tem como objetivo fortalecer as identidades culturais e incentivar a compreensão da origem e da inserção das diversas vertentes das culturas de matrizes africanas na cadeia produtiva em arte negra no Brasil e suas conexões pelo mundo. O evento contribui para a formação e o intercâmbio artístico, consolidando a Bahia como um polo de produção cultural de grande relevância.

O evento, idealizado pelo artista Brunno de Jesus, reúne artistas, grupos e pesquisadores de diversas linguagens artísticas, como dança, teatro, música, literatura e cinema. 

Com uma programação gratuita e diversa, o evento se consolida como um importante fórum de encontro entre artistas emergentes locais, nacionais e internacionais, promovendo o intercâmbio de ideias e experiências.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, via Secretaria de Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Lei Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar n°195, 8 de Julho de 2022.