Matheus Henrique Oliveira da Silva, de 23 anos, foi morto na madrugada deste sábado, 30, com um tiro na cabeça, na rua Embaixador Ramon Carcano, acesso ao morro do Borel, na Zona Norte carioca. Moradores dizem que o disparo foi feito por policiais vestidos de preto que estavam nas imediações e confundiram o jovem com um traficante local. Um amigo que estava com Matheus contou que os dois voltavam para casa de moto, passaram pelos policiais e um deles, assustado, atirou na cabeça. Matheus foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro da cidade, onde morreu.
De acordo com um tio e uma vizinha ouvidos em anonimato, a vítima trabalhava como barbeiro, motorista de Uber e mototaxista. De maneira geral, moradores confirmam a confusão feita pelos policiais. A Polícia Militar informou em nota que apura “de forma sumária a divergência contida entre a versão apresentada pelos Policiais Militares da UPP Borel e a ‘causa mortis’ identificada pela equipe médica do Hospital Souza Aguiar”. A polícia registrou o caso como “queda”, mas moradores do Borel dizem que há marca de projétil no capacete usado por Matheus.
A morte de Matheus Oliveira ocorre no mesmo dia em que a mídia divulga a proibição de operações com apoio aéreo próximas a escolas em favelas e periferias e ameaçam alunos e professores. Por mais este registro de morte causada pela polícia no Rio de Janeiro, percebe-se que, infelizmente, as ameaças vêm principalmente do chão, nos fuzis de soldados despreparados para o combate ao crime protegendo a sociedade.
