Poema: Desatino

Crédito: Arquivo pessoal

Nunca briguei na escola, nunca brinquei de bola, empinar pipa nunca pude, nunca joguei bolinhas de gude…

Nunca cheguei em casa todo melado e feliz de joelho ralado, nunca andei descalço de pés no chão, nunca joguei pião.

Quando menino nunca fui um menino…

Agora, careca, quase barrigudo, barbado, quase casado, pagador de tributos, podia ser um homem bruto.

Mas, conheci uma menina cheia de ternura, que me leva pra passear, faz viver doces aventuras, brinca, segura a mão de minha alma, quando mais preciso, ela me sorri, me dá calma…

Quando estamos sozinhos ela enche a minha boca dos seus doces beijinhos.
Ela é a minha namoradinha, e eu sou o seu namoradinho…

Ela é a minha primeira namorada, a única amada. Por causa do desatino do senhor destino,
Agora, que homem, eu sou um feliz menino.

Poema dedicado para Inglid, a mulher, que é o meu grande amor, e minha namoradinha, que realizou um grande e antigo sonho, o de passar o dia dos namorados contigo!

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Gilvã Mendes
Casado, pai, homem preto, pessoa com deficiência, socialista, psicólogo, palestrante, educador social. Autor dos livros: Queria brincar de mudar meu destino (2009, Papirus Editora), obra inserida no PNLD (Programa Nacional do Material e do Livro Didático) no ano de 2018, Aqueles malditos olhos azuis (2019, produção independente), O pássaro de duas cabeças (2022, Papirus Editora – selo Guaxinim), Intensos, Louváveis e Ternos Amores em Poemas (2022, produção independente). Atualmente, em fase de publicação do meu 5° livro no formato de Folhetim, com apoio da ANF – Agência Nacional das Favelas: O Presente do Rei – O plebeu, a princesa e a guerreira (escrito em 2010). Também, eu sou poeta desde menino, apaixonado e inquieto!