O final de semana em Sobral/CE foi cenário para a realização das disputas poéticas nos slams da cidade que elegeram os representantes para o Slam CE, que ocorrerá em outubro, cuja finalidade é escolher a (o) poeta/slamer que vai para São Paulo disputar no Slam BR.
O Slam das Cumadi (composto exclusivamente por mulheres) fez sua seletiva sexta-feira, dia 27, no anfiteatro do Largo das Dores, na Margem Esquerda do Rio Acaraú. Concorreram a vaga, seis slamers divididas em duas chaves de disputas, sendo campeã, a poetisa Jeane, que também é cantora, mais conhecida na cena poética como Preta. No release da artista no Instagram do evento (@slamdascumadi), a poetisa enfatiza “Me sinto lisonjeada por ter chegado até aqui, pelas amizades que fiz e por fazer parte dessa família linda que é o Slam das Cumadi”.
Sábado, dia 28, foi a vez do Slam da Quentura reunir um time de slamers que sacudiu a cena poética na Praça Quirino Rodrigues, ou praça do FB, como é mais conhecida. Concorreram a vaga para a final do Slam CE, outras (os) seis poetas/slamers divididos em duas chaves de disputas, tendo como campeão o poeta Sanoj, que além de poeta é bailarino. Sobre sua inserção no cenário poético, Sanoj deixa claro no seu release postado no Instagram do evento (@slamdaquentura) “Sempre se tratou de como viver e ser útil pra sociedade, então eu comecei escrevendo textos críticos para todas as questões sociais problemáticas.”
Os dois eventos foram realizados com a presença maciça de pessoas que vieram de diversos espaços da cidade, principalmente, das periferias, que é de onde vêm esses artistas da poesia marginal, que compõem e recitam sobre as diversas realidades sociais pelas quais passam.
Vale ressaltar que a disputa nos slams é apenas um elemento, e que ela não define nem tão pouco condiciona os objetivos para a realização desses eventos. A principal motivação e objetivo dessas edições poéticas é reunir pessoas num grande encontro, onde seja um momento de partilhar ideias, ter contatos com outros pares, com corpos marcados pelas realidades ou mazelas sociais que tentam expurgá-los do meio social. São vozes que se encontram e se cruzam em atitudes de denúncia, desabafo, empoderamento e agenciamento periférico.
