Revista La Joven Parca na edição de novembro de 2020 destaca poetas brasileiros- Crédito: Jaime Gómez Nieto

Foi lançada na última quinta-feira, 26, mais uma edição da revista colombiana de literatura La Joven Parca. Com uma periodicidade mensal, editada e dirigida pelo poeta Jaime Gómez Nieto, nesta edição, tem os poetas brasileiros, em especial os baianos, como destaque pelas publicações feitas em espanhol e português.

Jaime é um dos participantes do Taller Internacional de Poesías de San Jacinto, Bolívar, Colômbia, organizado pelos escritores Gonzalo Alvarino e Neil Reyes, via online, todos os sábados, desde que a pandemia da Covid-19 impediu atividades presenciais. A oficina literária acontecia anteriormente na cidade de Cartagena das Índias.

Durante os encontros semanais, Jaime fez o convite para Valdeck Almeida, poeta e jornalista brasileiro, solicitando dele sugestões de outros poetas brasileiros para participarem como representantes das diversas vertentes poéticas com sua publicações.

Além do próprio Valdeck, surgiram então os nomes de Cacau Novaes, Gilmara Silva, Cristina Leilane e Gonesa Gonçalves.

Após o aceite da lista dos poetas, foram selecionados dois poemas de cada autor (a), traduzidos e revisados antes da inclusão na referida revista. A publicação imprensa, de novembro, já está circulando na Colômbia, e também em formato digital para a apreciação dos leitores fora do país, incluindo os poetas brasileiros.

Todo processo junto aos poetas e a produção teve uma duração de três meses.

Poeta baianos na “La Joven Parca”

“Agradeço imensamente ao convite do escritor colombiano Jaime Gómez Nieto para participar da edição de novembro da revista “La Joven Parca”, da Colômbia, principalmente pela publicação bilíngue dos meus poemas “Infinitivus” e “A água que passa debaixo da ponte”, em português e espanhol. É uma grande oportunidade de divulgação da poesia brasileira contemporânea nos países latino-americanos, o que nos torna mais próximos e permite um maior intercâmbio entre poetas e escritores das Américas”, comenta Cacau Novaes, poeta.

“É uma grande oportunidade de divulgação da poesia brasileira’, Cacau Novaes- Crédito: Arquivo pessoal

“É uma satisfação imensa saber que a poesia preta da Bahia está atravessando fronteiras. Nunca escrevi imaginando que aconteceria tal coisa, mas aos poucos estou percebendo que a literatura faz a gente visitar locais outros, conhecer outras pessoas, mesmo não saindo de casa”, expressa Gonesa Gonçalves, poeta.

“É uma satisfação imensa saber que a poesia preta da Bahia está atravessando fronteiras”, Gonesa Gonçalves- Foto: Arquivo pessoal

“A inserção da poesia brasileira nos espaços de representação junto a riqueza expressiva da literatura colombiana, como na revista La Joven Parca, torna-se nesse momento algo essencial e valoroso, pois permite-nos observar que os espaços fronteiriços vão diminuindo em suas múltiplas dimensões, as relações entre a escrita e a recepção dos textos poéticos vão estreitando seus laços; uma benéfica aproximação entre países, escritores, culturas e seus saberes e fazeres literários”, afirma Cristina Leilane, escritora.

“As relações entre a escrita e a recepção dos textos poéticos vão estreitando seus laços”, Cristina Leilane- Foto: Arquivo pessoal

“A publicação das minhas palavras-navalhas-doçuras significa a travessia do Atlântico Negro agora não de forma compulsória. Mas por uma escolha e oportunidade de ressignificar o corpo e a mente objetificados pelo racismo sexista. Representa uma cobrança ancestral pelos anos de depreciação, anulação e silenciamento impostos a corpos dissidentes como o meu”, diz Gilmara Silva, poeta.

Gilmara Silva- Crédito: Arquivo pessoal

“Sem esse respiro cultural, muito de nossa produção não teria como chegar a novas paragens. E em língua espanhola, as nossas fronteiras se expandem. Esta publicação é um importante marco entre a poesia brasileira e leitores de língua espanhola, principalmente porque a revista circula também em formato virtual, e leva longe as escritas dos poetas. E para além da leitura, o poeta assinala o intercâmbio que, mesmo em tempos de isolamento social, não paralisou, ao contrário, se expandiu por redes de internet”, declara Valdeck Almeida, poeta, jornalista e Embaixador do Parlamento Internacional de Escritores da Colômbia.

Valdeck Almeida, poeta e jornalista baiano- Crédito: Guido Sampaio/ Revista Quilombo

Confira informações sobre os textos e autores/as no link da revista La Jovem Parca Nov/2020.

Assim o mês de novembro termina em grande estilo para os poetas que tiveram suas obras publicadas.