Poetas curam cicatrizes com literatura

A poeta Lâmia Brito apresenta o livro "Todas as funções de uma cicatriz”, no Flipoços 2018. Crédito: Marcos Willian.

O que a arte pode curar? Inspiradas nas próprias dores, cicatrizes e sangue, as poetas Lâmia Brito, Ryane Leão, Luiza Romão e Letícia Brito participam da mesa “Entre cicatrizes e sangue: o que fica?”, que acontece no dia 4 de maio, às 16h, no Encontro de Arte da Periferia, dentro da programação da 13ª edição do Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços), em Minas Gerais.

Esta é a primeira vez que as quatro convidadas, que em 2017 estiveram em várias listas como os melhores livros do ano, se apresentam no Flipoços. No bate-papo, elas vão falar sobre os processos de escrita e como as cicatrizes delas e dos próximos as levaram à literatura, como o nome da mesa sugere. A curadoria e a mediação deste encontro é da jornalista Jéssica Balbino.

As quatro convidadas também vão lançar suas obras no Flipoços. Lâmia Brito com o livro Todas as funções de uma cicatriz, que ajudou a pautar o título da roda de conversa. A poeta Ryane Leão, campeã de vendas, inclusive nas listas de mais vendidos, apresenta o livro Tudo nela brilha e queima, lançado no final de 2017. Ela também é conhecida pelo projeto Onde Jazz Meu Coração, em que cola lambes nas ruas de São Paulo e divulga na internet. Já Luiza Romão, que além de poeta é atriz, lança o livro bilíngue Sangria, com 28 poemas que recontam a história do Brasil pela ótica da mulher. Já a poeta Letícia Brito, que representou o Brasil no campeonato internacional de poesia falada Rio Poetry Slam, lança o livro Senário ou paralelepípedo poético para quebrar vidraças literárias.

Para a curadora do festival, Gisele Corrêa Ferreira, o bate-papo cumpre com a premissa da temática central do Flipoços neste ano, que é “A literatura & os outros saberes”.

“O Encontro de Arte da Periferia já é uma tradição em nosso festival e também recorde de público. Neste ano, teremos uma mesa composta por escritoras periféricas que usam a poesia para lidar com o cotidiano e superar dores e traumas. Todas elas têm grande destaque no cenário nacional e será um prazer recebê-las com seus lançamentos”, destacou.

Além da mesa, o Encontro de Arte da Periferia recebe também o rapper Dexter, que fará uma visita e um bate-papo com os detentos do Presídio de Poços de Caldas no mesmo dia, a partir das 14h, com um show, às 21h, na Arena Cultural, para o lançamento do disco “Flor de Lótus”. O espetáculo será gratuito e aberto ao público.