“Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!” Heráclito de Éfeso.
Voltar a sua terra natal mais de uma década depois para iniciar um novo ciclo de trabalho, integrando uma equipe desbravadora, motivada/motivadora e engajada, não tem preço.
Mas, tem valor de tal maneira que influencia em vários aspectos, do emocional ao espiritual, fazendo com que o lado profissional também seja contemplado, e toda emoção provocada com este momento contribui positivamente para superar os desafios e alcançar os objetivos.
Quando estive em Recife- Pe, em 2006, ainda como estudante de Jornalismo, por mais que o desejo de contribuir na vida das pessoas através da profissão que optei, e sempre foi meu desejo, desde as primeiras experiências como comunicador social, principalmente nos tempos da rádio comunitária, jamais imaginaria que isso aconteceria da maneira que foi.
É revigorante ver a comunicação comunitária ganhando novos ares e agregando agentes dispostos a praticar o compromisso cidadão do jornalismo e também ver profissionais de outras áreas desenvolvendo seu papel de cidadania através das artes cênicas, como a atriz Priscila Cardoso, que mora em João Pessoa na Paraíba e que todos mês está em Recife trabalhando com crianças e adolescentes duma paróquia local ( em outra publicação iremos falar mais sobre esse projeto).
Perceber que em muitos lugares existem pessoas desejosas em fazer diferente a comunicação social, buscando unir saberes e partilhar conhecimentos, é um renovo diário do tesão, é prazeroso fazer parte dessa rede cidadã, humana.
Assim, a nova turma do curso da RACC- Rede de Agentes Comunitários de Comunicação, chega a 4ª edição no país, sendo a primeira em Recife.
O curso é uma realização da ANF- Agência de Notícias das Favelas em parceria com a CELPE– Companhia Energética de Pernambuco e a na UNICAP– Universidade Católica de Pernambuco, onde teve sua aula inaugural no dia 24/08. O curso terá duração de três meses.
Estiveram presentes na aula inaugural, os estudantes selecionados, representantes da CELPE, UNICAP, do Fundador da ANF, André Fernandes, o Editor da ANF das regiões norte e nordeste, Paulo de Almeida Filho e membros da equipe local- Marcelo Diniz, Coordenador Executivo, Laudenice Oliveira, Coordenadora Pedagógica e Bruno Vieira, Editor.
Serão produzidos 50 mil exemplares do jornal A Voz da Favela a partir do primeiro mês de aula, que terão matérias exclusivas dos 25 estudantes nas três primeiras edições, além da produção do jornal, serão feitas publicações no portal: http://www.anf.org.br
Tendo assim mais uma ferramenta de comunicação visando contribuir para reverberar as vozes das periferias de Recife, aumentando o número de colaboradores nessa rede de cidadãos ativos em defessa dos direitos humanos.
Novos desafios irão surgir, mas certamente a vontade de fazer sempre o melhor é maior, e nos move a unir forças e pensamentos com a intenção de praticar uma comunicação democrática, com profissionalismo, emoções, humanidade e tesão renovado a cada novo olhar que é direcionado a fortalecer essa rede de agentes da comunicação comunitária.
Que possamos nos permitir a viver novas experiências, nos banhar em novas águas, nos renovar, sair da zona de conforto, para que nosso papel de cidadão e profissional possa ter um sentido colaborativo, seja para nossas vidas assim como na vida do outro.
Viva a Comunicação Comunitária.