“– Sábado à noite é o seguinte, negão: é cabelo cortado, carro lavado, teto aberto, Chandon no gelo, perfume exalando…
– Não é todas que merece, né, Brown?
– Mas é por mim, não por elas.”
Racionais Mc’s
Quem ou o que é responsável por direcionar seus atos?
Muitas vezes já vi amigos falarem: “Você é louco de se envolver com essas coisas de militância e direitos humanos, isso não vai mudar nunca. Olha ai,os próprios favelados não tão nem ai pra isso não. Eles só querem dinheiro no bolso, cerveja e pagode nos finais de semana e estão nem aí para o resto. Bolsonaro ou Lula? Favelado quer é tomar cerveja vendo futebol.”
Minha resposta, que eu entendo ser a única resposta possível, sempre foi: “faço por mim, não por eles”. Digo isso porque é a resposta capaz de não me decepcionar, é a resposta que me motiva e a única que entendo como certa, ao menos nesse momento da vida.
Acima de tudo, digo isso por entender que qualquer ato no sentido de construir uma sociedade melhor é algo óbvio e natural, que não precisaria de fatores externos para acontecer. Viver em sociedade é conviver com o coletivo, o coletivo é fruto do todo, das ações individuais de cada um, se perceber como parte da construção disso nos faz entender que agir assim é algo que fazemos muito mais por nós do que pelo outro.
Muito mais que filantropia, caridade ou heroísmo, se entender como parte desse todo nos faz perceber as responsabilidades individuais na construção dessa sociedade, que está cada vez mais caótica. Você pode ser parte da solução ou do problema, fato é que será atingido pelo resultado de seus atos.