Na próxima Segunda-Feira, dia 15/04, a partir das 16:00h, em frente à Câmara de Vereadores de Salvador, será realizado o ato político denominado “Ebó Coletivo”, pela Frente Nacional Makota Valdina.
O ato representa a determinação de luta pela vida e dignidade do povo negro e das religiões de matriz africana, numa referência à nossa capacidade de união e força, guiada pela ancestralidade.
A Frente Makota Valdina é uma ação política, em unidade, dos Povos de Axé contra o racismo e o ódio religioso, é uma articulação política de luta anti-racista composta por adeptos da religião de matriz africana, ativistas do Movimento Negro, de Mulheres Negras e de defesa dos Direitos Humanos.
Para Eduardo Machado, Jornalista e Ogã do Terreiro Ilê Asé Torrun Gunan “o ato é político e tem como principal propósito a descontração de toda forma de racismo e ódio religioso e de fortalecimento da identidade dos povos de descendência africana”.
Dentre as ações, a Frente irá apresentar nesta Quinta, 11/04, às 10:00 hs, ao Ministério Público da Bahia e a Rede De Combate ao Racismo e a Intolerância Religiosa, uma ação coletiva contra a vereadora Marcelle Moraes, considerada pelo grupo de desrespeito a memória de Makota Valdina, onde após o vereador Marcos Mendes (PSOL) solicitar a sessão ordinária do Plenário Cosme de Farias, um minuto de silêncio em homenagem ao falecimento da porta voz das religiões de matriz africana Makota Valdina Pinto.
Pouco depois de ser respeitado um minuto de silêncio no Plenário, a vereadora Marcelle Moraes (sem partido) pediu para “incorporar” à homenagem a morte de uma “rinoceronta” no zoológico de Salvador.
Este equívoco intencional causou uma indignação imensa e reafirmou a postura racista e desrespeitosa às mulheres negras, ao povo de Santo, e sobretudo, a população negra da cidade de Salvador. Culminando em um ato político, no dia 25 de Março na galeria do plenário da Câmara Municipal, assim como resultou na criação da Frente Nacional Makota Valdina, em defesa das religiões de Matriz Africana.
Segundo a educadora e ativista do Movimento de Mulheres Negras, Lindinalva Barbosa, a busca pela ancestralidade é algo intrínseco e cultural dos povos africanos e que esta denominação, ‘Ebó Coletivo’ é uma orientação da porta voz das religiões de matriz africana, “a anciã Makota Valdina em suas diversas orientações discursivas recomendava que quando tivéssemos em apuros para que chamássemos os nossos ancestrais para nos instrumentalizar e nos orientar para que possamos nos fortalecer à luta”.
A Yalorixá Mãe Odara do Ilê Axé Onã Omí Tafá Oyá reafirma que este nome é uma herança ancestral da Makota e que esta ação é uma movimentação, uma ação em massa para a garantia dos direitos dos Povos de Terreiros. “Não vamos arriar “ebó”, sacralizar nossos animais, seremos nós o ebó, a oferenda viva, a todos os que tentam marginalizar nossa cultura, nossa religião. Ebó Coletivo é defesa! Ebó Coletivo é dizer não aos fascistas!”, argumenta Odara.
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