Desde o surgimento da doença Covid-19, que se tornou uma pandemia e teve seu início na China, os estereótipos e ofensas contra chineses e pessoas asiáticas no geral estão aumentando. Surgem diversas fake news e teorias da conspiração. Uma das ideias errôneas propagadas é que essa o vírus foi criado em laboratório por questões políticas e econômicas.
O biólogo Átila Iamarino, em uma de suas lives para informar a situação da pandemia, cita um estudo que descarta essa possibilidade: “Nosso laboratório investigou a origem do vírus e nossas análises mostram claramente que o SARS-CoV-2 não é feito em laboratório nem manipulado de propósito”
De acordo com o canal de divulgação científica Nerdologia, também do biólogo, em seu episódio sobre pandemia, muitas doenças costumam se espalhar pela Ásia por conta da densidade populacional: “A impressão de que o número de doenças infeccionas estão aumentando está certa, só não estão sendo criadas, elas já existem e estão saltando pra nós pelas condições que criamos.”
O racismo muitas vezes vem disfarçado de críticas a forma de governo da China. As pessoas o estão julgando, mas independente de posições ideológicas, a China agiu rápido, divulgando para os cientistas do mundo inteiro o código genético do vírus e se manteve aberta para visitas de cientistas ao país.
Outra forma de racismo e xenofobia é a crítica a cultura chinesa, feita superficialmente, por pessoas que não conhecem os costumes do locais e apenas reproduzem as falácias estereotipadas.
É certo que, como dito anteriormente, a nossa forma de vida contemporânea tem ajudado na propagação de doenças, não só pela questão de crescimento da população, mas também pelo sistema de consumo de carne. Mas é hipócrita criticar a forma de economia de uma população local como da feira de Wuhan, onde surgiu o vírus, sendo que no próprio Brasil encontramos comércios e hábitos alimentares parecidos. Quem não consome em feiras, também não está isento do perigo. As carnes que chegam aos mercados são produzidas de forma insalubre. Os fragos, por exemplo, vivem em criadouros lotados e recebem antibióticos para evitar doenças entre si e são um risco para os humanos.
O preconceito não aumentou apenas nas falas. Diversas imagens de pessoas asiáticas estão estampando as notícias de veículos de comunicação, mesmo quando o assunto não é a Ásia. A doença também é chamada de “doença chinesa”, termo totalmente equivocado e ofensivo.
No começo de março, um jovem chamado Jonathan Mok, do país de Cingapura mas que estuda em Londres, sofreu agressões físicas de grupo de homens: “Não queremos coronavírus em nosso país”. Casos de exclusão, ofensas e bullyings são comuns nas redes sociais, causando até medo nas comunidades asiáticas ao redor do mundo de exporem suas origens.