Neste sábado, 5, alguns moradores de Barra de Mendes, na região da Chapada Diamantina (Ba), foram na delegacia da cidade vizinha, em Irecê, para registrar um boletim de ocorrência contra agressões físicas e verbais sofridas pelo prefeito Armênio Sodré (Galego) do MDB.
Na última sexta-feira, 4, um grupo de moradores da cidade protestaram contra a falta de ações efetivas no combate a pandemia da Covid-19 na cidade. Entre os grupo, três mulheres também foram agredidas com um cinto e quase atropeladas pelo prefeito que tentou por várias vezes atingir o grupo com o automóvel.
O boletim de ocorrência foi registrado em outra cidade pois o único delegado de Barra de Mendes está afastado por causa da Covid-19. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Barra de Mendes, fica localizada aproximadamente a 540 km de Salvador.
Os moradores relatam que têm pacientes no hospital da cidade em casos graves, precisando de respirador ou de uma transferência para cidades próximas, mas a prefeitura não faz nenhuma articulação e também não usa os R$ 1,6 milhões do governo federal destinados para a compra de respiradores, a cidade sequer tem um dos equipamentos.
“Quando a gente estava lá em frente à casa dele, ele [prefeito] chegou, parou o carro, e já desceu do carro dele por trás [das pessoas], todos correram quando viram ele. Eu fiquei para trás porque a mulher dele me desviou atenção chamando meu nome. Foi quando ele partiu para cima de mim com o chicote [cinto] na mão, me chicoteando várias vezes. De imediato, vi minha mão sangrando e fui levada ao hospital de Barra do Mendes”, comenta Simone Souza Feitosa de Almeida, 47, uma das manifestantes.
O prefeito já é investigado por irregularidades em sua administração pelo Ministério Público do Estado (MP-BA). No mês de agosto, o gestor e seu irmão, o empresário Arlênio Sodré Nunes, tiveram R$ 253.071,00 bloqueados de suas contas por decisão da Justiça, que atendeu a pedido liminar do MP-BA em ação civil pública ajuizada pelo promotor de Justiça Marco Aurélio Nascimento Amado por ato de improbidade administrativa.
Nota do prefeito
Em nota, o prefeito disse que as denúncias dos moradores de desvios de verbas recebidas para o combate à Covid-19 na cidade não procedem. A verba vem sendo aplicada e acompanhada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Segundo Galego, o protesto foi iniciado por uma comerciante que estava insatisfeita com um decreto que determina o fechando do comércio até o domingo (6), por causa do aumento de casos da Covid-19 na cidade.
Na declaração, ele afirma que os manifestantes soltaram foguetes em direção à casa dele, pregaram cartazes no portão e no muro da casa, esmurraram e chutaram o portão da residência, assustando as filhas, uma criança e uma adolescente, além da mãe dele, que tem mais de 90 anos e problemas de saúde.
Armênio Sodré disse que estava assustado com a situação e que agiu “intempestivamente” ao saber do ocorrido. Ele admitiu que errou e pediu desculpa pela situação.