O edital da primeira edição do prêmio Isabel Salgado, foi lançado na última terça-feira, 24. Com abrangência nacional, a premiação terá seu foco inicial em projetos que tragam o voleibol como parte de suas iniciativas. Independente, plural e diverso, o projeto tem como inspiração o troféu Walter Payton, importante honraria do esporte norte-americano em que os atletas são reconhecidos pelos trabalhos voluntários ou ações sociais realizadas para além da performance. Nesse sentido, o Prêmio Isabel Salgado ecoa a vontade de impulsionar mudanças sociais através do incentivo aos atletas e ex-atletas para se tornarem protagonistas de transformações sociais.
Para participar
Poderão submeter seus projetos, atletas, ex-atletas e empreendedores sociais, em âmbito nacional, a processo público de seleção que identificará propostas que dialoguem inicialmente com o voleibol. Além disso, pessoas que desejam tirar projetos sociais que tenham o voleibol entre suas atividades, também poderão se inscrever no Edital. Ele será dividido em 3 categorias: Categoria Aurora, para atletas e ex-atletas com projetos sociais ativos; Raízes, para empreendedores sociais com projetos sociais ativos; e Semente, para pessoas que desejam iniciar um projeto social. O prêmio deseja incluir outras modalidades esportivas a partir das próximas edições.
Premiação
Através de edições anuais a premiação irá contemplar cada categoria com prêmios específicos. Para a categoria Aurora, os projetos premiados receberão um aporte financeiro, o troféu e o brasão Isabel Salgado, homenagem que significa que este atleta ou ex-atleta é engajado socialmente; A categoria Raízes receberá um aporte financeiro e o troféu; Já os premiados da categoria Semente receberão uma capacitação em Gestão de Projetos Sociais e, ainda, poderão receber um aporte financeiro semente.
Maria Clara, a criadora do projeto, demonstra ser uma ativista social. Ela traz nas suas atitudes uma verdadeira preocupação com o status quo vigente. Ela dissemina na sociedade uma preocupação com o outro, querendo, assim, contribuir com sua parcela de ação social, através do esporte.
Essa postura de companherismo e ação também é demonstrada por seus irmãos que também compareceram ao evento: Alison Salgado, Pilar Salgado, Carol Solberg e Pedro Solberg. A família funciona como um time que caminha no rastro deixado pela mãe, Maria Isabel Salgado. “Todo mundo pode ser protagonista da transformação. Ela deixou um legado através das ideias e esse prêmio é uma forma de ressignificar a dor em movimento”, declarou Maria Clara comentarista esportiva e ex-jogadora de vôlei.
Durante a coletiva de imprensa realizada nesta terça, Maria Clara Salgado, filha da Isabel, atleta, que desenvolveu a premiação, comentou os principais objetivos e como a iniciativa deve impactar positivamente a classe esportiva e a sociedade de forma geral: “Espero que o prêmio estimule atletas a desbloquearem o seu potencial de transformação social também. Todo mundo pode ser protagonista de mudanças e toda revolução começa com uma pessoa. Se a gente sonha junto, pode transformar em realidade”, ressalta.
“Queremos que este prêmio incentive outros atletas a utilizarem seu tempo e sua experiência para criarem mudanças positivas nas vidas de crianças e jovens”, explica.
O projeto tem o patrocínio do Banco do Brasil e o apoio do Instituto da Criança como gestor social e operacional e também o apoio da CBV – Confederação Brasileira de Voleibol.
Sobre Isabel Salgado
Maria Isabel Salgado foi uma das mais consagradas atletas que o Brasil já conheceu. Integrante das divisões de base do Flamengo, tinha apenas 16 anos quando fez sua primeira participação na seleção brasileira. Ao lado de Vera Mossa e Jaqueline, Isabel fez parte da seleção feminina de vôlei que abriu as portas para a modalidade, nos anos 1980, sendo a primeira da história do país a disputar grandes competições. Participou de duas Olimpíadas (Moscou e Los Angeles), foi peça fundamental da equipe brasileira na conquista do bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1979 e obteve medalha em diversos torneios e campeonatos. Na década de 1980, foi eleita uma das seis melhores jogadoras de vôlei do mundo, sendo a primeira brasileira a atuar em uma liga estrangeira, contratada pelo Modena, na Itália, em 1980.
Seu espírito destemido marcou também o início do voleibol de praia e das participações brasileiras no circuito mundial. Brilhou ao lado de Jackie Silva, Shelda e Roseli Timm, parceira com a qual conquistou o título mundial de 94, em Miami. Isabel levava para as quadras a força da mulher que rompia barreiras também na esfera pública. Ainda atleta, participou do movimento das Diretas Já e, após sua aposentadoria do vôlei, foi ativa em iniciativas que uniam o esporte em prol da democracia. Em 2020, se juntou a outros esportistas para formar o movimento “Esporte Pela Democracia”. Isabel faleceu em 2022, em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca decorrente de uma inflamação pulmonar.
Mais informações sobre este maravilhoso projeto acesse o site: www.prêmioisabelsalgado.com.br