O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Santos Rodrigues, será condecorado, nesta terça-feira, 16, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia, com a Ordem 2 de Julho – Libertadores da Bahia, no Grau de Cavaleiro. Instituída para celebrar a Independência do Brasil na Bahia, a comenda homenageia aqueles que promovem a garantia das liberdades públicas e a afirmação da soberania nacional.

O presidente da Palmares integra um grupo de homens e mulheres que se destacaram nesse processo, e que receberão das mãos do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, as medalhas nos graus de Comendador, Comendadora, Cavaleiro e Cavaleira.

Crédito: Wagner Lopes/Casa Civil da Presidência da República

Quem é?

João Jorge Santos Rodrigues é uma das mais destacadas figuras do combate ao racismo no Brasil, sendo internacionalmente reconhecido pelo trabalho de resistência e defesa da cultura negra. Atual presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), vinculada do Ministério da Cultura (MinC), carrega em sua bagagem significativas contribuições à luta por justiça social para a maioria do povo brasileiro.

Entre as ações desse advogado e mestre em Direito Público (UnB), podem ser destacadas a fundação do “SOS Racismo – Bahia”; a mobilização para a inserção de direitos da população negra na Constituição da Bahia de 1989; e a articulação da campanha “Reparação Já”, pela implementação de políticas de ações afirmativas para os afrodescendentes no âmbito municipal, onde atuou também como gestor (presidente da Fundação Cultural Gregório de Mattos).

Luta.

Importante frisar, ainda, o incansável esforço para tirar da invisibilidade os vultos negros que construíram parte significativa da história do Brasil, nos mais diferentes campos de luta, esferas de ação, âmbitos culturais e níveis de conhecimento humano. Representando o Movimento Negro Unificado (MNU), por exemplo, defendeu a inserção, na Câmara de Vereadores de Salvador, do herói Zumbi em sua galeria de personalidades.

Com a atenção voltada para o local, o nacional e o internacional, atuou, desde 1984, para disseminar as lutas dos negros por liberdade, como a Revolta dos Búzios, ocupando espaços estratégicos, como a Empresa Brasil de Comunicação/EBC (membro do Conselho Curador). Pan-africanista convicto, visitou, entre outros países/nações, Angola, África do Sul, Etiópia, Egito, Costa do Marfim, Ghana, Benin, Senegal e Estados Unidos da América.

Escritor, poeta, o baiano João Jorge Santos Rodrigue é referência, também, no campo da produção artístico-cultural, entre outros, pelo trabalho à frente do Olodum, grupo de percussão afro-brasileiro, eternizado em “Olodum – estrada da paixão”, um dos livros de sua autoria – o outro é o festejado “Fala, negão!”

Colaboração Ascom/Palmares