O plano nacional de vacinação do Ministério da Saúde incluiu presos entre os grupos prioritários. Essa decisão é defendida por especialistas que avaliam o risco eminente de contaminação dentro dos presídios e consequentemente para a população que direta ou indiretamente tem contato com os detentos.
Além dos funcionários (guardas, pessoal de limpeza, fornecedores de comida), visitantes, a população das cidades onde estão localizadas as prisões também podem sofrer com o contagio da doença, colocando assim a população carceraria como grupo prioritário.
De acordo com levantamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), há cerca de 760 mil presos, com 39.905 casos confirmados e 126 mortes por Covid-19.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há ainda cerca de 12,5 mil casos e 90 mortes entre servidores no sistema prisional. Mas os números podem ser maiores, devido a fatores como o índice de testagem.
“Há pessoas entrando e saindo de prisões o dia inteiro, como presos que foram libertados, guardas ou outros funcionários. Essas pessoas estão entrando em um local de alta densidade e risco e depois voltando para casa em suas comunidades”, explica à BBC News Brasil, Willian Lopez, especialista em saúde e professor da Universidade de Michigan.
No Brasil, fazem parte dos grupos prioritários os trabalhadores de saúde, educação e transporte, idosos, funcionários do sistema carcerário, membros de forças de segurança e salvamento, pessoas com comorbidades e com deficiência severa, indígenas, populações quilombolas, ribeirinhas e em situação de rua.
Ainda não existe um cronograma de vacinação, apenas é sabido que esses grupos serão vacinados em etapas.