O Odara – Instituto da Mulher Negra lança a Chamada para participação no Projeto Pretas no Poder – Participação Política, Representatividade e Segurança de Ativistas Negras. Para concorrer a Chamada é necessário ser uma mulher negra, no Nordeste, com previsão de candidatura nas eleições de 2024; ter vivência na luta coletiva contra o racismo, patriarcado, sexismo, capitalismo e outras formas de opressão correlatas; reconhecer os direitos da comunidade LGBTQIA+ e se posicionar contra as violências às mulheres negras LBTs; e estar filiada a um partido de esquerda e disposta a tensionar as hierarquias racistas e sexistas existentes dentro do partido.
Sendo que a prioridade da Chamada será para mulheres negras ativistas de organizações e coletivos de mulheres negras e quilombolas. Também é necessário que a candidata conheça e esteja de acordo com a Carta aberta à Sociedade: Questões Inegociáveis para Mulheres Negras e Indígenas na Disputa por Poder (2022).
A chamada completa está disponível no site www.institutoodara.org.br. As inscrições para a chamada podem ser realizadas por meio do preenchimento do formulário disponível aqui até o dia 17 de maio de 2024. Além de preencher as informações solicitadas, as candidatas deverão anexar uma carta ou vídeo de autoapresentação e apresentação de candidatura.
O resultado da chamada será divulgado no dia 20 de maio. A chamada completa está disponível no site www.institutoodara.org.br
Acesse o Formulário de Inscrições clicando aqui.
O Odara – Instituto da Mulher Negra lança a Chamada para participação no Projeto Pretas no Poder – Participação Política, Representatividade e Segurança de Ativistas Negras, direcionada a mulheres negras ativistas pré-candidatas na região Nordeste. O objetivo é acolher (a partir de seleção) mulheres negras ativistas, principalmente do movimento de mulheres negras e quilombolas, que sejam pré-candidatas às eleições municipais de 2024 na região, para integrarem o Pretas no Poder: Participação Política, Representatividade e Segurança de Ativistas Negras.
Desde 2021, o Projeto Pretas no Poder busca ampliar a representatividade e combater a violência política de raça e gênero contra ativistas negras defensoras de direitos humanos, com ações de incidência política; pesquisa; controle social dos processos eleitorais; denúncias; e articulação em rede, potencializando a candidatura e mandato de mulheres negras comprometidas com as pautas dos Movimentos de Mulheres Negras na política institucional, no Nordeste e Amazônia.
A coordenadora do Projeto Pretas no Poder, Joyce Lopes, destaca que a Chamada é uma iniciativa para o fortalecimento das trajetórias políticas das mulheres negras nordestinas. “Uma chamada como essa faz parte do nosso compromisso ético de fortalecimento da participação política e defesa da segurança de ativistas negras, em uma região que avançamos muito menos no quadro geral de eleição de mulheres negras.”
VIOLÊNCIA POLÍTICA DE RAÇA E GÊNERO
De acordo com o Mapeamento da Violência Política contra Mulheres Negras do Nordeste, lançado em 2022 pelo Instituto Odara, o Nordeste lidera em número e taxa de ascensão de atentados e assassinatos políticos no Brasil. Surpreendentemente, um a cada três casos de violência ocorre na região, sendo 83% desses atentados e assassinatos em cidades do interior, e 91% das ameaças realizadas por homens.
A pesquisa ainda revelou que 91,6% das entrevistadas já passaram por violência política ou violência institucional, no contexto partidário-eleitoral. Mesmo entre as que negaram ter sofrido essas violências, há o relato de situações de negligência partidária, silenciamento e falta de oportunidades. Esses dados destacam a urgência de medidas para enfrentar e combater a violência política, especialmente contra mulheres e ativistas negras no Nordeste.
Joyce Lopes ressalta que as denúncias de violência política de raça e gênero que acontecem no Nordeste raramente recebem notoriedade nacional, o que contribui para a perpetuação do problema. “O Nordeste tem um alto índice de violência política de raça e gênero, conforme têm apontado pesquisas e relatórios, e em eleições municipais esse quadro tende a se agravar. Não só a subrepresentatividade é uma violência política que temos denunciado e enfrentado em nossa região, como a própria amplitude das denúncias é uma condição de distinção que buscamos contornar.”