Pesquisa Datafolha saída do forno apontou 39% “bom ou ótimo” e 37% “ruim ou péssimo”, segundo estampam os jornais neste penúltimo dia do ano. A esta altura, pesquisas assim servem para que? Para convencer Bolsonaro a seguir os advogados com quem tem conversado que lhe aconselham sair do país antes da virada do ano. Não é que exista uma pré-disposição a mandar prendê-lo, mas foi o que aconteceu com Michel Temer nas mãos do juiz Marcelo Bretas, quando passou o governo para o próprio Jair Bolsonaro.
A avaliação do Supremo Tribunal Federal ficou igual: 31% “bom ótimo” e a mesma coisa para “ruim e péssimo”. Em julho, na pesquisa anterior os índices foram 23% e 33% respectivamente. Setenta e cinco por cento das pessoas ouvidas são contrárias às manifestações antidemocráticas, taxa equivalente a três em cada quatro brasileiros – o que talvez ajude a explicar a decisão da família Bolsonaro de cair fora antes das sirenes às seis da manhã na porta de casa.
Para entender a dinâmica do processo, o golpe que até ontem era possível, mas não provável, hoje é improvável. Bolsonaro está sendo expulso do Brasil pelos próprios apoiadores que acreditaram no armamentismo desenfreado da população, na defesa pessoal à bala, nas execuções extrajudiciais e no “gabinete do ódio”. Volto a insistir que o mal maior não é Bolsonaro, mas sim o pensamento do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional e terrorista internacional com larga atuação no Haiti.
Da mesma forma, a fuga do presidente para Orlando, nos Estados Unidos, não representa o fim do bolsonarismo como corrente política surgida em 2018, os ratos só voltam aos esgotos à força; do contrário, sentam-se a mesa e fartam-se de leite condensado na lata. Como tenho escrito e repetido nas mensagens em vídeo diárias, vamos aguardar os próximos passos de Xandão e Arrudão. o novo comandante do Exército.
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