Abertura da exposição “Ourubu”, do artista visual Mulambö, e inauguração do mural na nova fachada, assinado pelo artista visual Ozi.
O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN) abre suas portas no dia 19 de agosto, às 18 horas, com uma programação cultural repleta de muita arte, homenagens ao povo afro-brasileiro e seus ancestrais.
Sob a batuta do curador Marco Antonio Teobaldo, o Insituto reúne uma dupla de peso para reverenciar a memória dos Pretos Novos e do povo africano, que foi arrancado de suas terras durante o período da escravidão no Brasil. “Nenhuma homenagem será o suficiente para reparar o crime cometido contra a população negra, em terras brasileiras. Mas com ações como estas, podemos chamar a atenção para a necessidade de uma política reparatória, que diminua o abismo social entre brancos e negros e o racismo seja banido de uma vez por todas em nossa sociedade”, aponta o curador.
Do lado de fora, na fachada da instituição, o artista visual Ozi, um dos pioneiros do graffiti no Brasil, assina o mural “Sankofa” criado com a técnica de estêncil, com dimensão de 15 m², em uma parceria inédita com a poeta Mel Duarte, que é retratada na obra como uma deusa africana-barroca, e aplicação de texto exclusivo da autora para esta pintura, cujo trecho inicial começa com a seguinte frase: “Em memória aos nossos antepassados, em respeito às suas infindas histórias.” A expectativa é de que a obra permaneça no local pelo período mínimo de um ano, até que seja substituída por um novo trabalho.
Na Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, simultaneamente acontece a abertura da exposição “Ourubu”, do artista visual Mulambö, que apresenta uma paródia sobre o ciclo natural da vida até a morte, na qual o personagem central é um urubu dourado, representado em uma escultura que toma toda a área central da galeria. ”Pinturas em tecido e papel, que traçam uma linha poética entre o abandono e a virtude da renovação. A exposição vem sendo pensada desde 2019, mas só se concretiza agora no pós pandemia de covid-19 depois da reabertura do IPN”, revela Teobaldo.
Mulambö fala um pouco de suas inspirações e conta como essas figuras representam a mistura dos tempos e dos espaços através de seu voo atemporal. “Os urubus são aves que voam alto e estão sempre passeando lado a lado com a morte e a melancolia daqueles que perecem. Por isso o ‘Ourubu’ é a figura que traz a vida para esse momento, para os corpos esquecidos e apagados”, revela o artista. Que também dispara a seguinte reflexão: ”os ‘Ourubus’ podem estar tanto aqui e agora conosco quanto no período em que o cemitério dos Pretos Novos surgiu, sobre o qual estamos pisando, e ainda estava ativo”. A obra, uma escultura, foi realizada juntamente com o artista Max Müller no barracão da escola de samba Vila Isabel.
Além do Museu Memorial e da Galeria de Arte Contemporânea, o IPN também conta com uma Biblioteca e ainda um auditório constantemente ocupado com a programação de oficinas ao longo de todo o ano. Após quase dois anos de distanciamento social, o Museu se encontra funcionando normalmente. As visitações gratuitas acontecem às terças-feiras das 10h às 16h. As pagas são de quarta à sexta das 10h às 16h e aos sábados das 10h às 13h com ingressos a R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia entrada).
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