Nos dias 07, 14, 21 e 28 de fevereiro, das 14h às 17h, os bairros de Castelo Branco, Fazenda Grande do Retiro, Largo do Tanque e Liberdade serão palco de intervenções urbanas, com a exposição fotográfica de Hércules Bressy, a pintura de Luís Santos, e o grapixo de Pedro Arcanjo, todos membros do coletivo Arte Marginal Salvador.
Além disso, haverá apresentação teatral com o espetáculo O Museu é a Rua, do grupo de arte popular A Pombagem, também integram a programação com células performáticas inspiradas na obra, para reafirmar a arte de rua, urbana, marginalizada.
A iniciativa cultural é idealizada pelo coletivo Arte Marginal Salvador, intitulada como A Rua é o Museu do Povo, que vai acontecer nas praças localizadas nos referidos bairros.
A programação do evento irá realizar rodas de conversa no formato de lives sempre às 18 horas, transmitidas pelo Instagram do coletivo Arte Marginal Salvador
Programação
No dia 7 de fevereiro, acontece a primeira atividade cultural com a mediação de Aylla Campos, na Praça da Rua P, localizada no bairro de Castelo Branco. A primeira live será com a museóloga Vanusa Flor e o artista Luís Santos. A mediação será com a artista Aylla Campos.
A Praça dos Trovadores, no bairro de Fazenda Grande do Retiro, será o museu do segundo dia de atividade, 14 de fevereiro, com mediação de Milica San. A segunda live será com a museóloga Alana Alves e o artista Pedro Arcanjo (Noite). A mediação será da artista Milica San.
A terceira intervenção conta com a mediação Ludmila Singa, que vai apresentar nas encruzilhadas da Praça Luís Gama, localizada no Largo do Tanque, no dia 21 de fevereiro. O terceiro bate-papo é com a museóloga Melissa Santos e o artista Hércules Bressy, mediados por Ludmila Singa.
No dia 28 de fevereiro, o projeto A Rua é o Museu do Povo ocupa com pinturas, desenhos, quadros, fotografias, grapixo, dança, teatro e performance o populoso bairro da Liberdade, nas calçadas do Largo da Soledade.
As assistentes sociais Candeias Souza e Val Santos são as convidadas do quarto diálogo, que tem mediação de Fabricia Rios.
A interação e mediação, durante toda programação o evento contará com a participação da poetisa Fabrícia Rios.
De acordo com os organizadores, as intervenções seguirão todos os protocolos sanitários de higienização e distanciamento social por conta da pandemia da Covid-19.
Artistas
Pedro Arcanjo, conhecido no cenário artístico marginal como Noite, levará a sua experiência como artista de rua. Vai contar, através do grapixo, a sua história de luta e resistência. Influenciado pela filosofia do Absurdo, Luís Santos vai pintar suas impressões sobre a existência humana no mundo contemporâneo e cotidiano das ruas.
Num diálogo entre as artes públicas contemporâneas (teatro de rua, dança, performances, etc) com os monumentos históricos das praças, as fotografias de Bressy registram essas intervenções, com fotos de artivistas como o grupo A Pombagem pelas praças de Salvador.
Nascidas das vielas periféricas soteropolitanas, as atrizes, poetas e performers Ayla, Milica, Singa e Fabricia – integrantes do Grupo de Arte Popular A Pombagem – irão mediar e interagir poeticamente com as obras dos artistas visuais citados acima.
A mediação performática do grupo A Pombagem busca provocar experiências estéticas mais complexas, afetando outros sentidos, proporcionando outros olhares às obras e colocando a rua como espaço de produção artística e cultural.
A Rua é o Museu do Povo
A afirmação de que “A Rua é o Museu do Povo” vem no sentido de desmistificar a ideia do museu como edifício e provocar o debate sobre as suas diversas possibilidades. Um museu criado/feito/produzido pelo povo.
Fabricio Brito, integrante do Arte Marginal Salvador, composto por artistas visuais e de outras linguagens, conta que quando o grupo iniciou em 2009, ocupou um espaço fechado, o Ateliê Café JC Barreto, em São Caetano, que possibilitou dialogar artisticamente com a periferia.
Depois vieram as exposições a céu aberto. Quadros, pinturas e desenhos de artista de bairros como Fazenda Grande do Retiro, Capelinha, Liberdade e adjacências. Artistas marginais, que não tinham espaço nas galerias do Centro da cidade. Brito pontua que “com o tempo, percebemos que a nossa arte ocupava mais o aspecto festivo que é a rua, da cultura popular”.
“Os tradicionais museus têm um aspecto solene, de sacralização das obras, burguês, obras de um lado e o visitante do outro. Isso nos incomodava e nós queríamos transcender essa separação, essas margens hierárquicas, que não contribuíam para o diálogo, interação, apenas limitava a uma experiência de contemplação. Isso não é o que desejamos, queremos interagir”, destaca Fabricio Brito, ao reforçar que o projeto é uma produção coletiva com A Pombagem.
A Rua é o Museu do Povo tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do ministério do Turismo, Governo Federal.