A cada corte e costura, doses de amor e solidariedade ajudam a dar forma às máscaras que vão proteger vidas contra a Covid-19. De abril a setembro, já foram mais de 20 mil máscaras confeccionadas e distribuídas pelo projeto “Máscaras pela Vida”, em comunidades da área Itaqui-Bacanga, região que concentra parte da periferia de São Luís, no Maranhão. O projeto é realizado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em parceria com empresas privadas e beneficia mulheres costureiras que vivem nas comunidades carentes no entorno da universidade.
No início, eram oito mulheres, atualmente o projeto tem 30 costureiras produzindo máscaras diariamente. Elas se reúnem no Clube de Mães da Vila Verde, local onde costuma acontecer encontros, reuniões, cursos, oficinas de qualificação e atividades relacionadas aos direitos das mulheres, mas devido à pandemia, os trabalhos em grupo com as mães foram suspensos, sendo agora realizada apenas a produção das máscaras.
Assim que começou a pandemia do novo coronavírus, muitos profissionais tiveram dificuldade em se manter no mercado de trabalho. Diversas costureiras também ficaram desempregadas e ainda não conseguiram retornar às atividades. Algumas trabalhavam em fábricas como prestadoras de serviços para lojas, mas com o distanciamento social, os trabalhos pararam.
Com a chegada do projeto “Máscaras pela Vida”, uma nova oportunidade surgiu no meio do caos. Apesar do desafio ser grande, as costureiras se empenharam e estão dando conta das grandes demandas. Ana Cristina Moraes, 42 anos, é costureira há seis anos e vive na comunidade Vila Verde. Ela participa ativamente da confecção desses equipamentos de proteção essenciais no combate ao novo coronavírus. “A satisfação é muito grande! No início a gente se assustou. ‘Vamos fazer cinco mil máscaras?’ Mas a gente deu conta”, comenta.
O professor Saulo Ribeiro, 38 anos, coordenador do projeto de extensão da universidade, explica que a iniciativa promove saúde ao mesmo tempo em que gera renda a mulheres que estariam desempregadas neste momento. “As costureiras conseguiram um emprego no período da pandemia. Esse projeto, além de contribuir para a saúde das pessoas, também tem como foco a questão social”, ressalta.
Todo o aparato técnico disponibilizado às costureiras é fornecido pela UFMA, com financiamento de empresas privadas. A logística de distribuição à comunidade também é planejada pela universidade.
Segundo a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFMA, Zefinha Bentivi, a iniciativa continuará como um projeto de extensão. “Já ultrapassamos a produção de mais de 20 mil máscaras, e outros produtos de proteção. A continuidade do projeto é certa”, garante.
Esta matéria foi produzida com apoio do Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo do Google News Initiative.