A Favela da Grota do Surucucu, em Niterói, é a sede da Orquestra de Cordas da Grota. O projeto existe desde 1995 e oferece aulas gratuitas de música para jovens e adultos moradores de comunidades.
O projeto nasceu com apenas três modestas salas de aula. Hoje, com extenso currículo de apresentações no exterior e prêmios internacionais, a Orquestra de Cordas da Grota possui uma sede, núcleos em várias favelas de Niterói e região, atendendo a mais de 1000 alunos. O objetivo é expandir e alcançar estabilidade financeira para continuar levando conhecimento e oferecendo oportunidades – no momento, fazem parte da campanha de arrecadação de recursos Abrace o Brasil, da Brazil Foundation.
Para participar, não é necessário comprar instrumentos. Muitos alunos que começaram na Grota fazem parte hoje de orquestras profissionais ou grupos musicais famosos. Outros conseguiram bolsas de estudo e ingressaram na universidade por conta do conhecimento que desenvolveram lá.
É o caso da musicista Raquel Terra dos Santos, de 30 anos, que concluiu Licenciatura no Conservatório Brasileiro de Música e hoje é professora nos chamados núcleos de multiplicação. Seu desejo é ver a Orquestra de Cordas da Grota se profissionalizar ainda mais: “O que nos falta é patrocínio para termos a garantia de que os músicos podem abrir mão de trabalhar em outros lugares para terem um salário fixo como músicos de orquestra”.
O professor, músico e dançarino Welton Cesar viveu dificuldades no início da carreira, principalmente por morar longe da sede na Grota. Hoje, ele se orgulha de ensinar a arte a jovens que, assim como ele, vêm de uma realidade carente. “Uma vez, fui a um casamento. Uma amiga da minha mãe disse que achava que só loirinho de olhos azuis tocava violino. Mas eu não ligo. Aprendo, ensino e divulgo mesmo”, resume.
Serviço:
Orquestra de Cordas da Grota/ Niterói
E-mail: contato@ecg.org.br
Doações: abraceobrasil.org/orquestradecordasdagrota
Contato para apresentações: ale.prod.music@gmail.com
Telefone: (21) 9 9583-0352 / 9 9583-8350 (A/C Alexandra Seabra)
Publicado em outubro de 2017 no jornal A Voz da Favela