Projeto Kilombeduka leva formação em audiovisual para Tracunhaém no interior de Pernambuco

O Projeto  Kilombeduka, que atua na Formação em Cineclubismo e Linguagem Audiovisual para educadores formais e não-formais, lideranças e comunidades tradicionais de Pernambuco, está com inscrições abertas até o dia 18 de setembro, para a formação audiovisual.

A ação vai contemplar a cidade de Tracunhaém, que vai contemplar a cidade de Tracunhaém na Zona da Mata de Pernambuco.

Contribuir para a formação antirracista de educadores/as que atuam no ensino formal e em territórios tradicionais, quilombolas e indígenas por meio da legislação para a educação.

Com apoio do Fundo Baobá, a ação é promovida pelo Cineclube Bamako e abre inscrições para o seu segundo ciclo.

Para ministrar as aulas, que acontecerão no Sítio Malokambo, gerido por mestre de capoeira Joab Jó e pela pedagoga Helena Tenderini, o Kilombeduka conta com um time de profissionais com expressiva atuação no campo do cineclubismo e do audiovisual negro, que vão apresentar conceitos fundamentais para a reflexão sobre identidades raciais na produção de sons e imagens.

Ao longo de dois meses, os/as participantes poderão conhecer a perspectiva política e pedagógica do cineclubismo, além de experimentar técnicas básicas de fotografia, edição, direção, som e roteiro. As aulas acontecem nos formatos virtual e presencial, que serão realizados quinzenalmente, aos sábados, durante a manhã e à tarde.

A metodologia da formação inclui, em seu primeiro mês, encontros presenciais com sessões cineclubistas, além de vídeo-aulas online semanais, com duração de uma hora cada, e que podem ser acessadas nos grupos virtuais. Referências bibliográficas, como três textos obrigatórios para o curso e textos indicados para cada encontro, são disponibilizadas como base teórica.

No segundo mês de atividades, serão oferecidas mentorias virtuais para orientação dos projetos pedagógicos elaborados pelos participantes como trabalhos de conclusão.

“O curso oferece uma formação para uma educação antirracista com intenção de propor melhor efetivação das leis; formação tecnica e conceitual sobre audiovisual para conhecimento da linguagem, uso pedagógico e uso como instrumento para garantia de direitos na luta quilombola; e troca de saberes e experiências entre educadoras/es, comunidade e quilombolas”, explica a coordenadora pedagógica e educadora, Rayza Oliveira.

O projeto visa ainda capacitar os/as participantes de forma a transformar suas práticas pedagógicas, fortalecer lideranças quilombolas e promover ações concretas para a efetivação da legislação relacionada à valorização da cultura afro-brasileira e à educação escolar quilombola, assim como da implementação de conteúdos audiovisuais nas escolas.

Entre as leis que o projeto baseia sua atuação estão: a Lei 13.006/2014, que institui o ensino de cinema brasileiro na Educação Básica; a Lei 10.639/2003, que estabelece o ensino da História e Cultura Afro-brasileira; e a Resolução CNE/CEB nº 16/2012, que direciona a Educação Escolar Quilombola.

Realizado pelo Cineclube Bamako, entidade, que, há 11 anos, atua em prol da democratização do acesso aos cinemas negros em Pernambuco e outros estados, o Kilombeduka foi dividido em três ciclos formativos, iniciados no mês de Julho de 2023 e que seguem até março de 2024 . A primeira parada do projeto foi no Centro Cultural Bongar, em Olinda, Região Metropolitana do Recife. O último ciclo formativo será realizado no município de Mirandiba, no Sertão.

Sobre o Cineclube Bamako

O Cineclube Bamako atua com a finalidade de estudar, apreciar e difundir o audiovisual negro, privilegiando os cinemas africanos e de sua diáspora; a cultura negra, por meio de debates e apresentações culturais; e o ensino da história e cultura afro-brasileira, através de ações voltadas à educação.

Promovemos, assim, um espaço que traz o cinema como ponto de encontro e de partida para a reflexão e valorização das culturas afrodescendentes, em ações que prezam pelo impacto e transformação social, como sessões cineclubistas (práticas formativas), oficinas de formação de cineclube, oficinas de formação para educação antirracista e produções audiovisuais.