Desde 2011, o Grupo Cultura Urbana leva arte, cultura, inclusão e igualdade social à comunidade Curupaiti, Zona Oeste. Porém, mais que um espaço de aprendizado para crianças, adolescentes e jovens, o projeto se tornou uma referência cultural na região. Todos os sábados, ele é ponto de encontro devido às atividades que promovem a integração de moradores de áreas carentes de Jacapareguá por meio da troca de conhecimentos e de culturas.
O Grupo Cultura Urbana nasceu da necessidade de implantar projetos socioculturais dentro da comunidade, que fica próxima também à favela do Jordão. Oficinas de interpretação, capoeira e circo começaram a ser oferecidas no prédio ocupado anteriormente pelo primeiro teatro de Jacarepaguá e que, depois de anos de abandono, se tornou um Ponto de Cultura. No início, eram apenas 20 alunos. Hoje, a instituição atende a cerca de 150. “Em poucos meses, esse local foi reconhecido pelas ações culturais que eram desenvolvidas. As pessoas entravam aqui à procura de oficinas, vindas até de outras comunidades”, conta o fundador Fabrício Silvestre.
Um dos pilares da organização, a inclusão social torna possível que famílias que nunca tiveram acesso às artes pudessem encontrar espaço para acrescentar novas atividades às suas vidas e ampliar seus horizontes. “Os nossos jovens começaram a sair daqui e passaram a fazer shows no Vidigal, na Tijuca, no Leblon. Fazemos com que as pessoas daqui se relacionem com outros grupos”, explica Fabrício. O Grupo Cultura Urbana mantém suas atividades através de parcerias e do trabalho voluntário.
Victor Navega, morador de uma comunidade vizinha, é um dos beneficiários da iniciativa. Ele participou de diversas oficinas do Grupo Cultura Urbana, como a de percussão. Mas foi no teatro que o jovem descobriu seu amor pelos palcos e decidiu seguir a profissão de ator: “Aqui a minha carreira começou. Pude desenvolver várias coisas relacionadas ao mundo artístico, descobrir o que quero para o futuro e fazer vários amigos. É um espaço de interação social”, resume.
Publicado na edição de Outubro de 2016 do Jornal A Voz da Favela