Na última quinta-feira (8), a unidade da Associação Luta Pela Paz da Favela Marcílio Dias (também conhecida como Favela da Kelson’s), fechou as portas. O projeto utiliza o boxe e as artes marciais como forma de integração de crianças e jovens. Organizadores alegam corte de verbas e confirmam o encerramento também da unidade da Baixa do Sapateiro, ambas no Complexo da Maré, até o dia 16 de dezembro.
O projeto Luta Pela Paz funcionava na Favela da Kelson’s desde 2011. Com o fim da parceria com a Petrobras, que financiava as atividades nos polos, a associação passou a ter dificuldades em manter outras estruturas além da sede, que fica na Nova Holanda. “Foi pensando na sustentabilidade da Luta Pela Paz e na qualidade do nosso trabalho que entendemos que esse é um momento para repensarmos nossas ações”, afirma em comunicado.
A Luta Pela Paz atende a mais de mil jovens em todo o Complexo do Maré. “É uma triste notícia. Sem as unidades da Luta Pela Paz, os jovens daqui ficarão desamparados e vulneráveis. Precisamos de oportunidades para romper barreiras sociais, superar a violência e promover o nosso potencial”, lamenta Anderson Duda, ex-aluno das oficinas de boxe, antigo conselheiro jovem da organização e morador da Kelson’s.
Apesar do encerramento das unidades, a Luta Pela Paz pretende não abandonar as crianças e jovens da Maré. A associação se compromete em abrir, a partir de janeiro, novas turmas de taekwondo, muay thai e boxe em sua sede na Nova Holanda, além de oferecer transporte gratuito aos alunos da Baixa do Sapateiro e da Kelson’s poderem continuar a participar das atividades.