A jornalista e cineasta pernambucana Bruna Leite decidiu contar sua história de vida em seu primeiro longa-metragem. Enquanto mulher negra, órfã e mãe, Bruna vivenciou um processo pessoal de revisitar sua própria história e resolveu contá-la através de um filme.
Para isso, criou o projeto de desenvolvimento audiovisual “Mamãe, Coragem”, no qual convidou a cineasta e roteirista Cíntia Lima a ministrar uma oficina de roteiro para um grupo de mulheres em vez de optar por uma consultoria individual.
A ideia é ampliar o processo criativo de escrita do roteiro do seu filme para que outras mulheres negras também possam desenvolver suas próprias narrativas através do audiovisual.
As mulheres interessadas podem se inscrever gratuitamente de 16 a 24 de janeiro através de formulário disponibilizado no link: https://forms.gle/xmDJARR7sf1kvFhs6
A atividade faz parte do processo criativo da cineasta Bruna Leite que desenvolve seu primeiro longa-metragem. Durante a oficina, a roteirista Cíntia Lima irá conduzir as mulheres a construírem seus roteiros baseados em trajetórias de vida.
A oficina é direcionada a mulheres negras interessadas em técnicas de escrita de roteiro cinematográfico. No formulário, será necessário enviar dados pessoais e um texto com uma ideia de história que queira transformar em roteiro de filme.
A oficina será realizada de 29 de janeiro a 02 de fevereiro, de segunda a sexta de 14h às 18h, no Museu da Abolição, no Recife. O minicurso tem 15 vagas. A lista de mulheres selecionadas será divulgada até o dia 26 de janeiro através do perfil no Instagram @mamaecoragem_filme. As selecionadas irão participar da oficina de forma totalmente gratuita.
Durante a oficina, as participantes conhecerão os elementos básicos do roteiro clássico e moderno, as etapas estruturantes da narrativa, a criação de personagens e o desenvolvimento de suas subjetividades. Nos encontros, a cineasta e roteirista Cíntia Lima apresentará métodos de escrita criativa para elaboração de cenas e diálogos, além da elaboração de sinopse, argumento e escaleta. No decorrer dos encontros, as participantes poderão vivenciar de forma prática a construção dos seus roteiros.
PROJETO – O longa-metragem de ficção “Mamãe, Coragem” está sendo desenvolvido pela roteirista e diretora Bruna Leite a partir de sua história pessoal. O longa irá abordar através da jornada de “Guadalupe” a força do tempo como algo espiralar. Assim passado-presente-futuro atuam de forma contínua, narrando a sua luta em persistir viva tendo como ponto de partida a morte. O filme joga luz aos desafios de uma mulher negra e pobre em um país estruturado na base ideológica colonialista e no projeto de normatização da família cristã brasileira. Trata-se do primeiro longa-metragem de Bruna Leite, que atua no audiovisual há 10 anos como roteirista e diretora de curtas-metragens, assistente de direção e produtora de elenco em filmes e séries para televisão.
O projeto de desenvolvimento do filme “Mamãe, Coragem” conta com produção executiva de Danielle Valentim (Maat Produções), identidade visual de Karina Freitas e assessoria de imprensa de Flora Noberto.
Saiba Mais
ROTEIRISTA E DIRETORA: Bruna Leite é mulher negra, órfã, candomblecista, mãe de Sebastião. Nascida e criada na cidade do Recife, Bruna é graduada no curso de Jornalismo, trabalhadora do audiovisual e arteterapeuta em formação. Luta contra o racismo e machismo no audiovisual, atuando nos movimentos MAPE- Mulheres no Audiovisual Pernambuco, Negritude no Audiovisual em Pernambuco e APAN- Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro.
Nos projetos autorais, realizou o curta-metragem “Entre Telas”; o videoarte “Filme Poema Sonho 01” selecionado no edital emergencial “Arte Como Respiro – Audiovisual” do Itaú Cultural; a série de 07 vídeos “Orlindacidade”, contemplada no edital Lei Aldir Blanc 2020; os documentários “Dona Zefinha Parteira” e “Serra da Inveja”, ambos incentivados pela Lei Aldir Blanc 2020; e o curta-metragem “Abodô”, aprovado no edital do Funcultura Audiovisual 2017/2018.
No mercado cinematográfico, também atua como produção de elenco – personagem, questionando e instigando a reflexão sobre representatividade nas obras. Participou de importantes produções cinematográficas em Pernambuco, como: “Agora”, de Dea Ferraz; “Rio Doce” de Fellipe Fernandes; “Piedade”, de Cláudio Assis; “Divino Amor”, de Gabriel Mascaro; o longa-metragem “Fim de Festa” e as séries de TV “Lama dos Dias” e “ Chão de Estrelas”, todas do diretor e roteirista Hilton Lacerda.
OFICINEIRA: Cíntia Lima é cineasta, roteirista e atriz. Oriunda das artes visuais, seus filmes Maldita Poesia (2012), Rito (2014), Eu Sou Raiz (2022) e Rei da Ciranda Pesada (2023) foram exibidos em exposições de arte e festivais de cinema. Em 2019 seu roteiro de longa “Engulo o mar que me engole” recebeu o prêmio Porto/Frapa no Ceará. A partir de 2021, lançou o lab online “Nossas Narrativas” e atuou como instrutora de roteiro dos Cursos de Audiovisual do Centro Cultural Bom Jardim (2020/2021) e da Escola Vila das Artes (2023), ambos em Fortaleza.
Realizou consultoria de roteiro nos projetos FeraLab (Recife/PE, 2022) e RemontaLab (Vitória/ES, 2023). Recebeu os prêmios de direção de arte pelos filmes Eu Sou Raiz (Curta Taquary 2022) e Fim de Semana No Paraíso Selvagem (Festival Triunfo 2023). Atualmente, concilia seus trabalhos autorais com a Produção Executiva da OLAR FILMES e a Curadoria do Observatório Latino Americano de Realizadoras (OLAR).
Como atriz, Cíntia participou de filmes Loja de Répteis (2014), Cheiro de Melancia (2016), Peito Vazio (2017), Terra Não Dita, Mar Não Visto (2017), O Nó do Diabo (2018), Tempestade (2019) e Rio Doce (2022).
O projeto “Mamãe, Coragem” tem incentivo do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), Fundação de Cultura Cidade do Recife, Secretaria de Cultura, Prefeitura do Recife.