Projeto Nativos BF alia educação e solidariedade através do surf em Baía Formosa

Através da prática do surf, crianças de Baía Formosa também participam de oficinas de arte- Crédito: Projeto Nativos BF

O Projeto Nativos BF, está resgatando vidas e transformando crianças e suas famílias no município de Baía Formosa, litoral do Rio Grande do Norte.

Utilizando a educação e solidariedade através do surf, o projeto chama a atenção na praia de Baía Formosa (RN), com lições de cidadania e solidariedade.

O projeto oferece aulas de surf, capoeira, ioga, artesanato e novas atividades estão sendo adicionadas, como literatura, que será incluída em breve.

O Projeto Nativos BF faz um resgate de valores através do surf e da educação. Trabalha numa perspectiva de combate ao crime e uso de drogas, por isso suas atividades são realizadas no intuito de retirarem as crianças e adolescentes das drogas e do crime.

O Projeto Nativos BF faz um resgate de valores através do surf e da educação- Crédito: Projeto Nativos BF

Tem como valores principais a disciplina, educação e cidadania. Além disso, os lemas que regem o projeto são: “Resgatando vidas, batalhando para transformar crianças para se tornarem bons cidadãos”.

Baía Formosa, faz limite com o município de Mataraca, onde fica localizada a praia de Barra de Camaratuba, no litoral Norte da Paraíba. A proximidade entre os dois Estados também evidencia a solidariedade entre Potiguaras e Tabajaras nessa tribo onde todos nós somos um só povo em busca de melhores dias para as próximas gerações.

Início do projeto

Essa bela história do Projeto Nativos BF começou meio que por acaso, mas foi ganhando força com o tempo.  “Ao chegar em Baía Formosa conheci as belezas e paisagens naturais, e um pouco do povo nativo muito acolhedor. Um lugar muito rico de carinho e respeito ao próximo”, disse Christiano Rebouças, que chegou do Rio de Janeiro há 8 anos e resolveu ficar.

Era o primeiro passo para o início de um projeto que mudaria a vida de muita gente. “Foi aí onde descobri pela primeira vez um tesouro, um mar de belas ondas, e como já fazia cinco anos que eu não surfava, resolvi pedir a algum nativo uma prancha boaryboarg emprestada, mas na região o boaryboarg era muito difícil, pois só tinha mais pranchas de bico. Aquilo me deu uma tristeza e um grande vazio e fiquei alguns meses observando aquelas crianças aprendendo a surfar”, relembra.

“Tudo aquilo passo como um filme na minha cabeça. Lembrei da minha infância quando eu não tinha condições de ter uma prancha nem material de surf”- Crédito: Projeto Nativos BF

“Tudo aquilo passo como um filme na minha cabeça. Lembrei da minha infância quando eu não tinha condições de ter uma prancha nem material de surf. Naquele dia fiquei pensando numa forma de ajudar aquelas crianças de BF. Orei a Deus e me veio a resposta: criar um projeto que envolvesse cidadania, disciplina, educação e surfe para os nativos de Baía Formosa”, relata.

Hoje Christiano é chamado carinhosamente de Chris pelos nativos e foi em Baía Formosa que conheceu Bruna Reis, de Natal (RN), formando uma parceria para a vida. Eles se casaram e Chris é o diretor do Projeto Nativos BF, onde Bruna cuida da parte de marketing.

Conexão com a Paraíba

A advogada paraibana Rafaela Brandão conheceu de perto o Projeto Nativos BF. Ela participa de ações semelhantes na Paraíba, arrecadando e distribuindo cestas básicas entre os mais necessitados em João Pessoa e municípios do interior. Ao conhecer o Nativos BF, a empatia foi imediata.

“Em conversa com a dona da pousada Bela Formosa, ela me falou sobre esse projeto. Achei muito interessante e quis ajudar de alguma forma.  Eu soube que muitas pessoas tinham perdido quase tudo em uma enchente que houve na região e resolvi postar um pedido de ajuda no meu instagram”, comenta.

De volta a João Pessoa, ela começou a arrecadar doações e marcou uma volta à Baía Formosa, levando cestas básicas e outros itens para doação. Muita gente se sensibilizou e também contribuiu para a corrente de solidariedade entre Paraíba e Rio Grande do Norte.

“Todo o material foi distribuído junto com os organizadores do Nativos BF nas casa de alunos que participam do projeto. São alunos que foram retirados das ruas e hoje frequentam cursos e oficinas de capoeira, surf, entre outras atividades para retirar esses jovens das ruas. É uma verdadeira corrente do bem e sempre que eu puder vou participar e ajudar de alguma forma”, declara Rafaela Brandão.