O Ministério da Educação quer ampliar a política de letramento racial em todo o ensino básico brasileiro e, entre as ações, participa do projeto Sinalização e Reconhecimento de Lugares de Memória dos Africanos Escravizados no Brasil.

A estreia, semana passada, foi na região conhecida como Pequena África, mais precisamente no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), na Gamboa. O projeto é do ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e visa a fixação de placas em cem lugares de memória dos africanos escravizados no Brasil comprovados por registro histórico.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, resumiu a importância de se fortalecer a memória dessa parte da história no território carioca: “O que estamos fazendo aqui hoje, com sinalização e reconhecimento do Cais do Valongo, um dos mais importantes lugares da memória dos africanos escravizados do Brasil, é recuperar a história do país e descortinar essa visão que retira dos livros e dos monumentos públicos a contribuição de negros e negras para erguer a nação Brasileira”.

Desde a sua descoberta durante as obras do Porto Maravilha, o Cais do Valongo (vizinho ao Muhcab) se tornou um lugar de memória e, também, patrimônio mundial pela Unesco. As indicações com as placas vão desde portos, igrejas, praças, terreiros de candomblé, quilombos, passando por lugares onde ocorreram movimentos de resistência, até manifestações culturais.

A ação está dividida em duas etapas, sendo a primeira a elaboração e fixação de placas alusivas ao reconhecimento feito pelo Programa Rotas dos Escravizados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A segunda fase será a disseminação do projeto por meio de plataformas digitais e a educação e cultura em direitos humanos.

A ideia é que sejam elaborados materiais pedagógicos e de apoio para professoras e professores para cumprimento da obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

“Mais que reconstruir o Brasil, precisamos fazer um Brasil que nunca existiu e essa formação, do país que merecemos, sonhamos e nos dá dignidade, só será possível se nós tivermos algo que é fundamental, que são as políticas de memória”, disse Silvio Almeida, à frente do MDHC, como principal agente deste lançamento.

O Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab) é um museu de território e um dos 15 pontos de memória que compõem a Pequena África, na Região Portuária, localizado no Centro Cultural José Bonifácio, na Gamboa, no Rio de Janeiro (RJ). Conta a história da região que testemunhou o maior desembarque de africanos escravizados no mundo.

Gostou da matéria?

Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.

Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas

Conheça nossas redes sociais:

Instagramhttps://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/

Facebookhttps://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas

Twitterhttps://twitter.com/noticiasfavelas