Publicado o relatório final da pesquisa “A expansão das milícias no Rio de Janeiro: Uso da força estatal, mercado imobiliário e grupos armados”

O relatório possui dados relevantes para pensar o território da cidade.

foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Nesta segunda-feira (27) foi publicado o relatório final da pesquisa “A expansão das milícias no Rio de Janeiro: Uso da força estatal, mercado imobiliário e grupos armados”, realizado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF e o Observatório das Metrópoles do IPPUR/UFRJ, com apoio da Fundação Heinrich Böll, FAPERJ e CNPq.

O documento tem expressiva importância para que seja possível entender as relações do crime organizado com as instituições de Estado, e principalmente pelo fato de ser um movimento que apresenta uma expansão considerável ao longo dos últimos anos.

Se, antes, a questão criminal carioca e fluminense estava centrada nas disputas territoriais entre “comandos” ou “facções” do tráfico de drogas e os confrontos armados entre esses grupos de traficantes e a polícia, hoje o fenômeno das milícias parece ter crescido em importância.

O estudo busca formular instrumentos analíticos que permitam conhecer melhor as bases políticas e econômicas dos grupos de milícias no município do Rio de Janeiro, a fim de compreender os processos por meio dos quais as mesmas ampliaram o seu poder.

Segundo a pesquisa, estes grupos armados, que atuam também em disputas territoriais, controlam ilegalmente ou cobram taxas extorsivas sobre os mercados de serviços essenciais como água, luz, gás, TV a cabo, transporte e segurança, além do mercado imobiliário. Tais controles são exercidos de maneira arbitrária, por meio de ações coercitivas.

Para o levantamento e análise realizado, os pesquisadores utilizaram 3 bases de informações:
O “Mapa dos grupos armados”, a base de dados sobre operações policiais na RMRJ elaborada pelo GENI/UFF, e os dados de 2009 a 2019 da Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU) da Prefeitura do Rio de Janeiro sobre licenciamentos e legalizações concedidos pela prefeitura e organizados pelo Observatório das Metrópoles (IPPUR/UFRJ), afim de estudar como se deu a expansão desses grupos armados nos últimos anos.

Alguns dos principais pontos resultantes da pesquisa são: a hipótese que foi reforçada,  de que as milícias contaram com uma dupla vantagem (política e econômica) em relação aos “comandos” criminais (Comando Vermelho Terceiro Comando Puro e Amigos dos Amigos), que há consistentes indícios de favorecimento das milícias por parte do poder público, principalmente no que se refere às operações policiais, e do uso coerção violenta sobre os processos de fiscalização de construção imobiliárias.

O relatório final agora precisa chegar às populações periféricas para que tomem consciência da evolução desta realidade vivida, e aos órgãos públicos responsáveis por tomarem as medidas necessárias para freiar o crescimento dessas organizações criminais, que ocupam hoje grande parte das comunidades urbanas de baixa renda no estado do Rio de Janeiro.

Acesse o documento completo através do link: file:///C:/Users/bmana/Desktop/artes/boll_expansao_milicias_RJ_v1.pdf

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