“Nem sempre é péssimo”, diz o quadrinista Jãovito sobre sua obra de estreia na CCXP. FOTO: NIckolas de Souza/ANF

Dois quadrinistas criados nas periferias de São Paulo estão estreando este ano na CCXP, engrossando o caldo ainda ralo da presença de artistas das quebradas não só aqui, mas em diversos espaços de poder e representatividade.

Jãovito é morador da Brasilândia, zona norte da capital paulista. Formado em Artes Visuais, ele se dedica a criar histórias, produzir ilustrações e fazer quadrinhos. Realiza trabalhos em diversos suportes como pintura e escultura, além de ministrar algumas oficinas.

Esse ano, fez seu primeiro lançamento com o quadrinho 21 Porque me Sinto Péssimo, que conta a história de Bruno. Quase adulto, o protagonista vive entre a saída de um emprego merda e o penhasco que observa sobre o seu futuro. Então surge Roberto, seu pai, buscando o contato que nunca foi alimentado.

Para não contar o resta da história, diremos que ela conversa com a urgência de ser completo, feliz e estável, e o fracasso nessa busca. Mas isso no quadrinho; na vida real, o autor está realizado.

“É um sentimento de conclusão, círculo fechado, trabalho feito”, diz Jão sobre expor sua obra na CCXP. “E nem sempre é péssimo”, complementa, fazendo referência ao título

Outro autor estreante na CCXP é Eric Baket, ilustrador, quadrinista, escritor e designer gráfico. Morador de São Miguel, na zona leste de São Paulo, começou a desenhar desde cedo, por incentivo familiar.

Passou a publicar seus trabalhos na internet no final de 2014, quando concluiu o ensino Médio. Suas principais influências originam-se da música, artes plásticas, pintura, literatura, poesia, cinema e teatro. Fez vários cursos, como design, comunicação visual e quadrinhos.

Na CCXP ele estreia com a obra Bancarrota. É a história de um escritor de aluguel chamado Carbone, que conhece Alice em um bar após o trabalho. Então a trama gira em torno de um conflito geracional: um homem mais velho em uma situação de desilusão com a vida e uma jovem que fugiu de casa e é dançarina. O pano de fundo é uma guerra em uma ditadura.

Sobre a estreia na CCXP, “é um espaço muito importante de estar, e por ser meu primeiro quadrinho”.

Confira a cobertura diária da ANF na CCXP, com o olhar para produções da periferia.

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