Quantas pessoas estão falando sobre as eleições em sua rede social? E quantas estão falando sobre Copa do Mundo? Vale observar a diferença de assuntos de 2014 para 2018.
Em pesquisa feita em setembro de 2014 pela agência de mercado Hello Research, mostrava-se que 62% da população brasileira não tinha interesse nas eleições que aconteceriam no mês seguinte. Hoje, ainda em maio, a política brasileira está quase sempre nos assuntos mais comentados no twitter.
Seja pelos escândalos, seja pelos recentes acontecimentos de calar de vozes, seja pelo extremismo e conservadorismo de alguns candidatos, a população está mais interessada em entender o que movimenta a política brasileira. Tão interessada que o assunto “copa do mundo” fica em segundo plano na maioria das redes. Basta uma simples enquete feita no facebook para perceber essa “ascensão” do interesse público pela política.
Mas porque comparar as eleições com a copa do mundo? A copa do mundo mexe com uma paixão nacional: o futebol, e a política nunca foi algo que interessasse muito a população brasileira, como a pesquisa citada no primeiro parágrafo desse artigo mostrou. Claro que não se parou de falar de copa do mundo, mas as rodas de conversa estão mais direcionadas a quem irá governar o país. Mas essa “mudança” de interesse pode ter dado um grau de disputa de torcidas para a política.
A paixão com que se torce pela seleção brasileira também foi para a política. Vive-se em extremos. Torcidas organizadas na política tentando impor seu lado aos gritos, sem conversa, com bordões, ironias, desrespeito e sem base para sustentar o que está sendo falado. Um terreno de debate vira um terreno de guerra. Se você defende os direitos humanos é rotulado como comunista e petista; se defende um discurso conservador é tachado de bolsominion. Amizades estão sendo desfeitas, famílias estão se separando porque a população em geral não aprendeu a torcer ou defender um objetivo ou ideal que não da maneira de torcida de futebol. O interesse político aumenta, mas o respeito diminui.