Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, a Agência de Notícias das Favelas relembra durante sete dias algumas das mais de duzentas vezes em que o presidente Jair Bolsonaro a desrespeitou. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), só em 2019, foram 116 vezes, marca ultrapassada nos quatro primeiros meses de 2020, com 179 ocorrências.
No dia 4 de março de 2020, Jair Bolsonaro sem proferir uma palavra desacreditou a imprensa fazendo um humorista caracterizado como presidente da república responder perguntas em seu lugar, oferecendo bananas aos repórteres à entrada do Palácio da Alvorada. O vídeo ainda pode ser visto no canal do presidente no Youtube.
O caso ganhou grande repercussão e repúdio entre sindicatos de jornalistas e defensores da liberdade de imprensa. Em entrevista ao Brasil de Fato, a coordenadora do Sindicado de Jornalistas do Distrito Federal Juliana Cézar Nunes apontou o caso como lamentável, mas não surpreendente. Ela lembrou ainda que Bolsonaro, ao não responder as perguntas, deixa de cumprir o papel de prestar contas à sociedade.
No dia seguinte ao ataque à credibilidade do jornalismo, Bolsonaro ironizou o fato dos profissionais irem todos os dias ao Alvorada para sofrer ataques. “Se vocês sofrem ataque todo dia, o que vocês estão fazendo aqui? O espaço é público, mas o que vocês estão fazendo aqui?”, perguntou.
Vale lembrar que a liberdade de imprensa é um princípio Constitucional, portanto, indispensável na democracia. E o trabalho do jornalista é prestar um serviço à população e noticiar os fatos, sejam eles a favor ou contra a autoridade máxima de um país.