O jornalista e radialista Marlon Carvalho foi assassinado na Bahia. Carvalho é o terceiro radialista assassinado no Brasil desde o começo do ano.
O jornalista Marlon Carvalho, 37, foi assassinado na madrugada do dia 16 de agosto de 2018 em Riachão do Jacuípe, na Bahia, a cerca de 200 Km de Salvador. Segundo as primeiras informações obtidas pela polícia no local, quatro homens armados invadiram seu domicílio por volta das duas da manhã e o executaram. Ainda de acordo com a polícia, não houve registro de roubos na casa.
Conhecido por sua postura crítica frente às autoridades locais, Marlon Carvalho trabalhou como radialista nas rádios Gazeta e Jacuípe. Em sua página de Facebook pessoal, ele fazia vídeos denunciando casos de corrupção na região e conluios entre políticos e grupos criminosos. Segundo o relato de uma amiga, Marlon Carvalho era um personagem popular e polêmico que “incomodava muito político”.
“As autoridades devem conduzir uma investigação criteriosa sobre o assassinato de Marlon Carvalho e priorizar a hipótese do crime estar relacionado à sua atividade como jornalista, declarou Emmanuel Colombié, diretor do escritório para a América Latina da Repórteres sem Fronteiras. Fora dos grandes centros urbanos, os jornalistas – e mais especificamente os radialistas – que tratam de temáticas ligadas à política local e à corrupção são sistematicamente ameaçados e vítimas de represálias. A RSF repudia essa grave situação de vulnerabilidade e pede às autoridades brasileiras que implementem medidas para reforçar a proteção dos jornalistas no país”. A Repórteres sem Fronteiras (RSF) pede às autoridades que priorizem a relação com a atividade jornalística na investigação do crime.
Marlon Carvalho é o terceiro radialista morto no país em 2018, depois de Jefferson Pureza e Jairo Souza, respectivamente assassinados no 17 de janeiro e 21 de junho passado. No passado 20 de abril, o radialista Hamilton Alves sobreviveu milagrosamente à um atentado depois de ser atingido por seis balas durante um ataque armado.
O Brasil ocupa a 102° posição na Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2018 publicado pela RSF.