Comunicando e mobilizando há mais 30 anos a Rádio Comunitária Avançar iniciou seus trabalhos nos anos 80 com 4 bocas de alto-falantes com objetivo de informar os moradores sobre a chegada da polícia que era ordenada a expulsar as pessoas que ocupavam o terreno, denominada de invasão das Malvinas. Essa expulsão muitas vezes acontecia com truculência, pessoas foram presas, agredidas, feridas e mortas.
A ideia da rádio teve como mentores, a Missionária Italiana Ernestina, que representava a Fundação Dom Avelar e os moradores Ubiratan silva e Cida. O nome Avançar foi uma homenagem a fundação pelos projetos sociais que eram desenvolvidos na época e que atendia os moradores. E logo caiu no gosto da comunidade.
Após anos da ocupação, os moradores se consolidaram no local e o alcance de transmissão da rádio foi ampliado com aproximadamente 50 bocas de alto falantes, tendo como público ouvinte cerca de 20 mil pessoas num raio de quase 900m2. A expansão da rádio foi amplificada para bairros circunvizinhos com a migração da rádio poste, alto-falantes para a frequência modular, popularmente conhecida como FM.Depois de alguns anos com uma estrutura melhor de transmissão, antena, potência, transmissor e a longa espera da outorga definitiva, a programação da rádio foi interrompida ao vivo pela ANATEL, que também confiscou os equipamentos e não autorizou mais a rádio funcionar em FM. Além da ameaça de prisão e processo judicial.
A rádio tinha programação de 6 horas ao vivo, contava com a participação efetiva dos moradores do Bairro da Paz e dos ouvintes de outras localidades, além das denúncias e criticas, muitas sugestões eram enviadas. A programação contava com uma variedade de assuntos, desde esporte, passando por política, cultura e notícias de pessoas desaparecidas, vagas de emprego, entre outros assuntos relevantes.
Estudantes de comunicação das faculdades do entorno e de outros municípios visitavam com frequência os estúdios da rádio como trabalho externo as suas atividades, e a contribuição da rádio foi também na formação de comunicadores locais através do curso de Comunicadores Sociais em parceria com o Conselho de Moradores, Faculdade de Tecnologia e Ciência e a UNESCO, possibilitando aos jovens se descobrirem e aprimorarem suas aptidões na área da comunicação, inclusive o autor dessa matéria.
Atualmente a rádio funciona com algumas dificuldades estruturais mas continua ativa diariamente através dos alto-falantes espalhados em algumas ruas do bairro fazendo
valer sua resiliência de forma bem característica de quando foi fundada, apesar da programação ter tempo reduzido pelo que é recomendado e esperado pelos moradores.