Foi na cultura e na educação que a Ditadura Militar instalada no Brasil fez seus principais ataques décadas atrás. Hoje, o que vivemos, apesar de não estarmos em uma ditadura, se aproxima cada vez mais do nosso passado não tão remoto. Artistas e professores eram os principais alvos, sendo muitos inclusive presos e torturados.
Em 2016, após sentirmos o gosto de um país que avançou e que conseguiu ter os mais pobres estudando e melhorando de vida em um Brasil democrático, o que vivemos? Temos um país onde uma presidente democraticamente eleita leva um golpe e cujo sucessor, que não foi eleito e jamais seria, promove um plano de austeridade capaz até de acabar com o Ministério da Cultura. Que tenta levar à cabo um plano de congelamento de 20 anos de gastos com saúde e educação.
Como se não bastasse, temos no Rio de Janeiro um Estado falido, que não paga professores nem aposentados. O governador que levou nosso Estado à falência quer acabar com a Secretaria de Cultura, fundindo-a à outra. Isso tudo provavelmente porque a cultura e a educação são as únicas ferramentas capazes de provocar uma revolução que pode levar nossa população às ruas para protestar contra um governo que nos faz sentir que estamos vivendo em um estado de exceção, no qual os direitos básicos nos são arrancados sem que possamos nos defender.
Já que ainda não chegamos ao ponto de uma ditadura declarada, ainda nos resta protestar. Em todo o país, são mais de mil escolas e mais de cem universidades ocupadas. É a revolta dos estudantes! Aqui no Rio, também já começou a revolta dos artistas e da cultura, que não se calou quando Temer extinguiu o MinC e que não vai se calar com essa tentativa de acabar com uma secretaria tão importante como a da cultura. Por isso já convocaram para amanhã um encontro para reagirem, que deve ter todo apoio da sociedade, para que não vejamos o futuro repetir o passado.