Junte alguns ingredientes em um espaço parceiro, onde as comunidades apresentam soluções locais, com o intuito de combater o agravamento da fome e da miséria, em tempos de pandemia.
Parece até receita de bolo, mas é muito mais do que isso, é uma receita que vem dando certo dentro de várias comunidades no Rio, Grande Rio e em todo o Brasil.
Durante todo esse período pandêmico, com um Auxílio emergencial que não é suficiente para a manutenção das famílias em extrema vulnerabilidade socioeconômica, com a alta dos preços, principalmente do gás de cozinha e a perda do poder de compra dos brasileiros, foi possível verificar os arranjos locais e as mobilizações comunitárias em prol do efetivo combate à fome nas periferias.
Importante salientar a importância das lideranças comunitárias, as quais atuam em articulações tanto com o poder público quanto com o setor privado, buscando e fechando parcerias com as instituições do bairro, e igrejas, para o estabelecimento de cozinhas comunitária. Estas vem oferecendo refeições prontas e gratuitas para a população que tem sofrido os horrores da falta de gás para o preparo dos alimentos dentro de suas casas.
Não bastando toda a crise em saúde, causada pela pandemia, podemos também assistir a enorme quantidade de violações dos Direitos Humanos, no que se referem à moradia, à alimentação adequada, à educação ,à assistência social, entre outros.
Diante desse cenário nada favorável é que surgem as cozinhas solidárias, onde a mobilização comunitária apresenta soluções para o fornecimento de alimentação adequada e gratuita para os moradores das periferias.
A.M.I.G.A.S e Gastromotiva
Dentro dessa jornada de luta contra a escassez de recursos e abandono do estado, a A.M.I.G.A.S (Associação de Mulheres de Itaguaí Guerreiras e Articuladoras Sociais) atuou durante toda a pandemia, e ainda continua, dentro do município de Itaguaí. Com trabalho voluntário e muita dedicação, distribuem refeições toda semana com alto valor nutritivo, auxiliam com informações sobre saúde, segurança da mulher, educação para crianças, combate à violência doméstica e a violência de gênero, entre outras, como ações mais específicas de prevenção contra o coronavírus.
Durante um período de muitas iniciativas e poucos suportes, surgiu uma luz no fim do túnel: o apoio e o fomento para a manutenção das cozinhas solidárias, através do Edital da Gastromotiva. O Programa de formação ocorre durante 6 meses, onde os convocados recebem uma ajuda de custo financeira para os custos operacionais, cozinheiro e auxiliar, além da doação de todos insumos. Nas terças eles disponibilizam os alimentos, embalagens, material de limpeza e proteínas.
As refeições, que antes somavam cerca de 700 por mês, agora serão 1500, e em duas comunidades: Engenho e Morro do Carvão, além de uma casa de recuperação para dependentes químicos.
A partir de agora, o coletivo de Mulheres respira mais aliviado, com as integrantes recarregadas de força e motivação, resultado do apoio desse projeto que vem construindo redes no enfrentamento à fome e a miséria em diversas comunidades, e inicia um novo momento, de mais esperança e certeza no caminhar contra as desigualdades sociais e a favor da inclusão.
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