O Projeto Mulheres do Jacuípe tem como foco empoderar as mulheres para atuar a favor da pauta climática”, explica Neia Bastos, que integra a coordenação da Plataforma de Base de Mulheres da Rede Pintadas. O objetivo é construir justiça socioambiental e resiliência climática no semiárido, contribuir para a construção de um mundo mais sustentável e equitativo tendo mulheres e jovens como protagonistas das mudanças sociais.

A iniciativa do projeto é da Rede Pintadas, através da Plataforma de Mulheres de Base Praticantes de Resiliência e com apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), que vem atuando para fortalecer as capacidades das mulheres do Território Bacia do Jacuípe.

Vulcões, terremotos, enchentes, como a catástrofe recente no Rio Grande do Sul, são sinais da emergência climática em muitas partes do mundo. A seca é igualmente avassaladora. É o alerta que a Plataforma Mulheres de Base Praticantes de Resiliência do Brasil, criada em 2019, iniciativa da Rede Pintadas, vem dando.

Agora, em parceria com a coalização internacional Huairou Commission, o projeto visa capacitar líderes femininas para enfrentar desigualdades de gênero e responder aos impactos climáticos, promovendo resiliência, desenvolvimento sustentável, justiça social e econômica.

“O semiárido não é visto nos grandes processos mundiais. Nosso grito é para lembrar que o semiárido existe. A seca é o fenômeno climático que mais mata no mundo e não tem visibilidade porque mata aos poucos”, alerta Bastos.

Região marcada pela escassez hídrica e altos índices de desigualdades sociais, o semiárido perdeu 300 mm de chuva nos últimos anos, o que afeta cada vez mais a produção de alimentos, indicadores econômicos, a qualidade de vida das pessoas e favorece a violação de direitos humanos.

O resultado é a migração e perda de jovens com capacidade produtiva para as grandes cidades, prejudicando a possibilidade de respostas para esses problemas