Para começar o debate sobre a redução da Jornada de Trabalho no Brasil, é necessário dizer que a jornada normal de trabalho no Brasil é uma das maiores do mundo.  A hora extra no país não tem limite semanal, mensal ou anual na sua execução.  Países como Alemanha, Canadá e Espanha tem jornada inferior a 40 horas semanais na indústria e outros países como o Japão, já fazem este debate.

O capitalismo é selvagem com a classe trabalhadora  e se não houver regras rígidas para sua proteção, a cada dia o trabalho é mais extenso e intenso. No Brasil a ânsia por mais lucros a qualquer preço, leva a super exploração do trabalhador e ao seu conseqüente adoecimento, com doenças como estresse, depressão, hipertensão e lesão por esforços repetitivos (LER), entre outras.

Os custos dos salários são baixos em relação aos custos de produção no Brasil, segundo estudo da Confe-deração Nacional das Indústrias (CNI). A redução da jornada de trabalho para 40 horas é um dos instrumentos para a geração de novos postos de trabalho e a conseqüente redução das atuais taxas de desemprego.  É uma das possibilidades que os trabalhadores têm para se apropriarem dos ganhos de produtividade por eles produzidos, com isto distribuindo renda no país e mantendo o ciclo virtuoso atual da economia brasileira. Mais empregos, mais renda, mais consumo e mais produção

Hoje a economia brasileira apresenta o maior crescimento econômico nos últimos cinco anos, portanto este é o momento de avançarmos na qualidade de vida do povo brasileiro. Os trabalhadores são produtores das riquezas do Brasil e precisam ter mais tempo para viver e não sobreviver, precisam de mais qualidade de vida, ter tempo para a família e o lazer. A redução da jornada de tra-balho vai proporcionar tudo isto além de incluir outras pessoas ao mercado de trabalho, dando acesso ao tra-balho e à vida.

Se for aprovado no Congresso Nacional, o Projeto da Redução da Jornada de Trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário, o ganho social para o povo brasileiro vai ser muito grande.

Vamos abraçar a campanha da CUT, junto com outras Centrais Sindicais, “Reduz pra 40 que o Brasil aumenta.” É bom para o Brasil, é bom para todos.

 

Vinícius Assumpção

Ex-Presidente do Sindicato dos Bancários Rio

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