Com a aproximação das eleições, muitas figuras começam a aparecer nas ruas, na televisão e nos mais diversos lugares, pedindo confiança e, principalmente, voto. Nessas horas, nos perguntamos onde eles estavam e o que estavam fazendo antes desse período chegar?Por isso, é necessário entender o que aconteceu nesse tempo e que desafios os candidatos a cargos públicos têm pela frente. Uma das questões centrais no Rio de Janeiro e no Brasil é a educação. Dentro deste tema, um assunto, que vem sendo pauta de muitos debates, chama a atenção: a reforma do ensino médio. Por esse motivo o cidadão deve entender que mudanças são essas e descobrir o que os candidatos pensam sobre esse conteúdo.
Nas mudanças propostas pelo atual governo temos disciplinas como artes, educação física, filosofia e sociologia, podendo constar ou não nas grades das escolas; 40% da carga horária de aula como optativa; inglês obrigatório; ensino técnico; e a possibilidade de contratação de professores de “notório saber”. Não apenas as propostas preocupam, mas também o como tudo isso vai acontecer e como será recebido.
Mônica Nunes tem 14 anos, cursa o nono ano do ensino fundamental e está receosa já que ingressará no ensino médio em 2019, quando as mudanças começarão a serem colocadas em prática. “Não aceito a possibilidade de a escola poder tirar da grade disciplinas como filosofia e sociologia. É um conhecimento que pode vir a me fazer falta no futuro. Assim como o fato de professores sem formação acadêmica poderem lecionar. Como vou saber se estou aprendendo tudo que preciso?”, questiona.
Os trâmites para a implementação na reforma no ensino médio estão correndo há meses. Em abril deste ano, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – peça importante da reforma – foi entregue pelo Ministério da Educação (MEC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE), onde está sendo analisada. A reforma no ensino médio não foi debatida com a população, com os estudantes ou com especialistas no assunto. O principal temor é o da precarização da formação dos estudantes, que, além de ter o tempo escolar reduzido, seriam submetidos a uma educação menos preocupada com uma perspectiva crítica.
*Matéria publicada no jornal A Voz da Favela edição de Setembro